terça-feira, 23 de julho de 2019

Pessoas que tiveram câncer envelhecem mais rapidamente

Pessoas que tiveram câncer envelhecem mais rapidamente do que pessoas que não tiveram a doença, revela um estudo.


Escrevendo no periódico online ESMO Open, especialistas pediram que sejam feitas mais pesquisas para ajudar reduzir o processo de envelhecimento acelerado, prolongar a sobrevida e melhorar a qualidade de vida dos sobreviventes de câncer.

Graças a diagnóstico e tratamento mais eficazes, o número de sobreviventes de câncer deve aumentar. Hoje há mais de 30 milhões de pessoas no mundo que sobreviveram a um câncer. Até 2025, porém, cerca de 19 milhões de novos diagnósticos de câncer serão feitos todos os anos, e, segundo pesquisadores, a maioria dessas pessoas com câncer vai sobreviver por muitos anos.


Por que pessoas com câncer naturalmente envelhecem mais rapidamente?

Os pesquisadores disseram que os sobreviventes do câncer têm chances maiores de desenvolver problemas de longo prazo, e isso em idade mais jovem que a população geral.

Eles teorizaram que isso provavelmente se deve aos danos causados pela quimioterapia e radioterapia a tecidos normalmente saudáveis. Esses tipos de tratamento podem reduzir a chamada "reserva fisiológica" — a capacidade dos órgãos e sistemas corporais biológicos que nos é dada quando nascemos — e a capacidade natural do organismo de superar fatores internos e externos de estresse biológico.

"O envelhecimento precoce com certeza é melhor que a morte precoce, mas, se pudermos entender melhor como esse processo funciona, teremos mais chances de melhorar os resultados", disseram os pesquisadores.

Eles vasculharam bancos de dados para localizar evidências publicadas sobre os processos celulares envolvidos no envelhecimento e sobre o impacto potencial dos tratamentos de câncer sobre esses processos. Descobriram vários efeitos colaterais e complicações tardias que têm implicações não apenas para os pacientes, mas também para os serviços de saúde.

Algumas das descobertas mais importantes:

:: Pessoas que sobreviveram a um câncer na infância têm chances três a seis vezes maiores de desenvolver um segundo câncer.

:: A expectativa de vida estimada de pessoas que sobreviveram a um câncer na infância é 30% mais baixa que a da população em geral.

:: O risco de fragilidade entre pessoas que receberam transplantes de medula óssea é oito vezes maior que a de seus irmãos.

:: O tratamento de longo prazo com esteróides, algo que faz parte de muitas estratégias para o tratamento de câncer, está associado a riscos aumentados de cataratas, osteoporose, danos neurais, afinamento da pele, infecções e dificuldades para sarar ferimentos.

:: O tratamento de câncer está associado a vários aspectos do envelhecimento biológico.

:: Certos medicamentos primários usados contra câncer estão associados a perda auditiva, endurecimento de artérias carótidas e cânceres secundários do sangue e da medula óssea.

:: A radioterapia está associada à demência, perda de memória, doença das artérias carótidas e células da medula óssea, e leucemia.

:: O tamoxifeno (tratamento coadjuvante para prevenir a reincidência de câncer) está ligado a cataratas.

Necessidade de mais pesquisas futuras
Os cientistas disseram que, apesar desses efeitos colaterais indesejáveis, o tratamento anticâncer vale a pena para muitos pacientes com a doença, e o envelhecimento "faz parte da vida".

Mas a aceleração do envelhecimento sentida por muitos sobreviventes de câncer em decorrência direta do tratamento é algo que pode e deve ser minimizado. Primeiro porque os sobreviventes do câncer merecem, e segundo porque é um problema de saúde pública, disseram os pesquisadores.

"Acreditamos que os sobreviventes de câncer merecem um acompanhamento médico de longo prazo visando mitigar os efeitos tardios", eles concluíram.

"A meta última desses estudos será prevenir as complicações tardias, lançando mão de intervenções precoces, incluindo medicamentos e mudanças de estilo de vida."

A Dra. Aine McCarthey, da organização Cancer Research UK, disse ao HuffPost UK:

"Os resultados deste estudo mostram que mais pessoas que nunca estão sobrevivendo ao câncer, mas precisamos fazer mais para assegurar uma boa qualidade de vida aos sobreviventes. Precisamos fazer mais pesquisas para desenvolver tratamentos mais suaves, que ainda funcionem, mas tenham menos efeitos colaterais de curto e longo prazo."

Dany Bell, a assessora de tratamento e recuperação da ONG MacMillan Cancer Research, disse ao HuffPost UK: "Essa pesquisa reflete como a história do câncer neste país [Inglaterra] mudou. Hoje um diagnóstico de câncer frequentemente não assinala o fim da vida, mas quase sempre assinala uma transformação na vida."

Os diagnósticos mais precoces e tratamentos mais eficazes significam que mais pessoas estão vivendo por mais tempo depois de receber um diagnóstico de câncer. Isso é ótimo, mas sobreviver nem sempre significa viver bem. Milhares de pessoas convivem com efeitos colaterais de longo prazo que podem ter impacto profundo sobre o corpo.

"As conclusões destacam que, enquanto o índice de sobrevivência é importante, não é o único critério para avaliar o sucesso dos tratamentos contra câncer. Uma parte importante do atendimento deve ser a possibilidade de os pacientes discutirem com o médico como o câncer pode afetar sua qualidade de vida no longo prazo. E as pessoas precisam ter acesso a um pacote personalizado de apoio e atendimento a partir do diagnóstico, para que possam ter a melhor qualidade de vida possível pelo maior tempo possível", conclui Dany Bell.

quinta-feira, 18 de julho de 2019

Estamos na era do não deixar pra depois!!!

Bem isso!!! 
Engole o choro. Engole sapo. Cala a boca. Cala o peito. Mas o corpo fala, e como fala. Fala a ponta dos dedos batendo na mesa. Falam os pés inquietos na cama. Fala o frio na barriga. Fala a dor de cabeça. Fala a gastrite, o refluxo, a ansiedade. Fala o nó na garganta atravessado. Fala a angústia, fala a ruga na testa. Fala a insônia ou o sono demasiado. O normal do Ser Humano seria a comunicação e conseguir dizer o que está sentindo, mas nem todos se habilitam para esse difícil exercício. Nem sempre digerimos bem aquelas pequenas coisas, como mensagens mal respondidas, as palavras que machucam, a cena inesperada... Você finge que não ouviu, engole e tudo isso vai se acumulando até que um dia enche. Esses pequenos fatos indigestos percorrem a garganta, entram no estômago, invadem o peito, e se deixarmos, calará nossa boca e nossa paz. O importante é não deixar acumular ou achar que simplesmente vai aliviar com o passar dos dias. O tempo até tem um papel importante, mas não resolve tudo. Tentar mostrar que tudo sempre está bem requer muita energia, o desgaste emocional é grande. Não dá pra engolir tudo e dizer amém, né??? Também não dá pra cometer sincericídios por aí e sair vomitando as coisas entaladas na sua garganta, mas dá para se expressar. Tem hora que o sentimento pede pra ser dito, entendido, descodificado, traduzido. Tudo que ele quer é ser exorcizado pela palavra ou pela via que lhe cabe melhor. Expressar tranquiliza a dor. Dor não é pra sentir pra sempre. Dor é vírgula. Então quebra um copo, um prato. Canta uma música, dança. Faz piada, dá soco no travesseiro, faz encontro com amigos. Faz uma viagem. Fala pro seu Terapeuta, fala para Deus, para o universo... se pinta de louco. Conversa sozinho, papeia com seu cachorro, solta um grito pro céu, mas não se cale. Pois “Se você engolir tudo que sente, no final você se afoga!!!

Autor: desconhecido

sexta-feira, 5 de julho de 2019

O que aprendi com o câncer nesses anos todos?

Eu aprendi que não adianta procurar respostas e questionar:  Por que eu? O que fiz de errado? 
Também não adianta se deixar assombrar pelo medo (medo de recidiva, medo de morrer, medo do ca 125)! Temos uma doença crônica e devemos aprender a lidar com todas as situações. 
Aprendi a fazer planos a curto prazo e a fazer tudo o que me der vontade, a viver o hoje e o agora a cada dia!
Aprendi que temos uma força inimaginável e que nos momentos que mais precisamos ela ressurge ainda mais forte!
Aprendi a respeitar os limites do meu corpo!
Aprendi a ouvir mais a minha intuição!

Foram tantas coisas que aprendi que seria difícil escrever tudo para vocês! 

E o aprendizado continua! 

Beijos 

Mitos e verdades sobre o câncer de ovário

A médica oncologista Ana Carolina Gifoni, membro do Comitê de Oncogenética da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) e presidente ...