sexta-feira, 26 de outubro de 2018

Meu recado para quem descobre uma recidiva!

Queridas leitoras:
Algumas de nós, mesmo após o tratamento cirúrgico e quimioterápico, passamos pela recidiva! O câncer é algo muito particular e sua resposta ao tratamento depende de uma série de fatores inerentes à complexidade de cada organismo e das características de cada tumor! Dói bastante, no corpo e na alma, termos que enfrentar todo um tratamento novamente! Ficamos sem chão, desanimadas, sem forças, afinal, somos humanas, porém, somos muito mais fortes do que podemos imaginar! Temos tanta garra, tanta fé que desconhecemos! 
Essa jornada não é fácil, eu sei, mas se torna mais suave quando temos ao nosso lado, mesmo que virtualmente, pessoas que nos entendem, que vivenciam a mesma dor, as mesmas neuras, os mesmos temores e essa mesma vontade louca de continuar lutando pela vida!
Por isso criei um grupo virtual no Facebook, chamado Câncer de Ovário: Juntas Somos Mais Fortes, o qual tem ajudado muitas mulheres que enfrentam essa doença, pelo simples fato de saberem que não estão sozinhas!

Abraços fraternos!

segunda-feira, 8 de outubro de 2018

Penúltima químioterapia...

E hoje foi dia de Open Bar, com direito a camarote vip, pulseirinha e drink direto na veia (ou na véia?)! Quase sempre, aquele remédio que achamos ser mau é o que pode nos curar!
Ahhhh...Mesmo grogue, deu até para discutir política para passar o tempo! Tenho aversão ao PT e isso rende longas e calorosas discussões, até nos momentos mais inoportunos! kkkkkkk
QUINTA E PENULTUMA QUÍMIO!

sexta-feira, 5 de outubro de 2018

Como se vive com câncer


A primeira coisa a entender é que cada caso da enfermidade é muito particular, e o paciente deve evitar comparações com outros doentes, mesmo quando o tumor é no mesmo órgão.

O diagnóstico e o período de tratamento de uma das doenças que mais assustam a população envolvem não só o próprio paciente, mas todos os familiares que o cercam. Conviver com o câncer pode provocar, em todos, uma mistura e uma alternância de sentimentos – medo, raiva, irritação, esperança, frustração. Palavra carregada de estigma, câncer se associa quase de imediato a intenso sofrimento e morte! Mas isso não é verdade! Não se pode
generalizar. 

Cada caso é um caso, com suas especificidades, mesmo quando se trata de um tumor no mesmo órgão. A mulher que se descobre com um câncer de ovário não deve se comparar com a amiga que também tratou um nódulo no mesmo órgão!
As histórias não se repetem, essa é uma doença muito heterogênea na sua biologia, na sua gênese, e isso faz com que as evoluções clínicas e as histórias sejam também diferentes. Os médicos tem que discutir com o paciente o quanto o câncer é uma doença individual, o quanto ela depende de diversos fatores para que se possa estabelecer uma linha de tratamento!

Pacientes se comportam de maneiras distintas quando enfermos. Há aqueles que não querem muitas informações sobre sua condição e elegem um familiar para tratar dos detalhes com a equipe médica, enquanto outros pesquisam intensamente, querendo absorver tudo o que há disponível sobre o assunto. Existem também os que confiam plenamente no médico e seguem à risca o que é prescrito, sem maiores discussões. É comum os doentes pensarem que a situação em que se encontram é muito pior do que ela é de fato e que tudo está perdido. Uma postura positiva do profissional de saúde é fundamental para encorajar e dar esperança.

Não se trata de enganar, de mentir, mas analisar o problema com realismo, mostrar que tem muitas coisas a serem feitas, independentemente da situação, e quais são os reais objetivos! Cabe ao médico ouvir as queixas. O paciente vai ver que pode se aliviar, que os tratamentos podem não ser tão penosos quanto ele pensa.

A necessidade de exames, aplicações de medicação e internações certamente vai afetar a rotina do paciente. O objetivo é tentar a cura e minimizar sequelas com os tratamentos menos tóxicos possíveis – às vezes, uma toxicidade maior cobra seu preço no início, mas se mostra benéfica mais adiante. A ideia é, dentro do possível, permitir que a pessoa mantenha seus afazeres e compromissos habituais, mas reavaliações são feitas à medida que o tratamento se desenrola. Provavelmente, haverá dias ou semanas em que será impossível sair de casa para trabalhar, por exemplo.
Temos a ideia de que somos insubstituíveis, que não podemos parar nunca. Situações de doença mostram claramente que somos substituíveis, que temos o direito de cuidar de nós mesmos e que precisamos delegar coisas para os outros. É um momento também de crescimento pessoal. O ser humano luta contra a onipotência e a arrogância, e a hora da doença é o momento de um exercício até de humildade, de entender os nossos limites!

Uma das maiores dificuldades para quem se descobre com câncer é lidar com as incertezas, pois ainda há muito por ser desvendado sobre a doença. Diversas decisões são tomadas sem que o especialista saiba de fato que desfecho vai encontrar. Há pacientes que respondem muito bem a uma terapia e outros não, muitas vezes devido a fatores ainda desconhecidos.

Ao mesmo tempo, cada vez a medicina se apropria mais das particularidades das dezenas de tipos de câncer, aprimorando tratamentos e ampliando o acesso a novas tecnologias.  Há enfermidades curáveis e não curáveis – estas passam, em muitos casos, a ser encaradas como uma doença crônica, sendo possível viver com elas. O câncer não é mais a sentença de morte de outros tempos.
A doença e mantida sob  controle, eventualmente modificando a medicação ao longo do caminho ou escolhendo outro tratamento. Hoje, com algumas drogas novas e procedimentos é possível curar algumas doenças que antes não eram consideradas curáveis!



terça-feira, 2 de outubro de 2018

Cores e aromas...

Aos poucos a minha vida vai ganhando cores e aromas novamente...
Ainda estou em tratamento e, mesmo assim, tenho arriscado pequenas viagens em alguns finais de semana!
Estar em contato com a natureza me dá energia e ânimo para continuar seguindo em frente, e me faz crer que há motivos para que tudo realmente valha a pena!
É lindo viver!

segunda-feira, 1 de outubro de 2018

Nobel de Medicina premia americano e japonês por terapia contra o câncer

James P. Allison e Tasuku Honjo ganharam o prêmio de R$4 milhões nesta segunda-feira (01). Os cientistas descobriram um tipo de terapia contra o câncer que faz com que células de defesa do organismo voltem a atacar tumores.

G1 - Por Lara Pinheiro
James P. Allison e Tasuku Honjo são os ganhadores do Prêmio Nobel 2018 de Medicina. A Academia Sueca anunciou nesta segunda-feira (01) que o americano e o japonês irão dividir o prêmio de 9 milhões de coroas suecas, equivalente a R$ 4.098.402.
Os dois desenvolveram pesquisas, separadamente, sobre duas proteínas produzidas por tumores — a CTLA-4 e a PD-1 — que paralisam o sistema imune do paciente durante o tratamento de câncer.
"Os tumores produzem as proteínas, chamadas de checkpoints, que bloqueiam o linfócito T, que é a célula mais importante do sistema imune que ataca o tumor. Essas drogas [pesquisadas] retiram esse bloqueio e recuperam o poder de ataque dos linfócitos que estavam paralisados por essas proteínas", explica o oncologista Fernando Maluf, diretor associado do Centro de Oncologia da Beneficência Portuguesa de São Paulo.
O imunologista James P. Allison, 70, da Universidade do Texas, estudou a proteína CTLA-4. Ele descobriu que um bloqueio da proteína poderia retirar o freio sobre os linfócitos T, fazendo com que as células voltassem a atacar o tumor. Em 1994, Allison realizou o primeiro experimento em ratos, que ficaram curados após o tratamento.
Em 2010, um estudo clínico mostrou efeitos "impressionantes", segundo a Academia sueca, em pacientes com melanoma (um tipo de câncer de pele) avançado, que não haviam sido observados antes.
Já o imunologista Tasuku Honjo, 76, da Universidade de Kyoto, no Japão, estudou uma outra proteína, a PD-1, que também atuava sobre os linfócitos T, só que de forma diferente. Após experimentos em laboratório, um estudo realizado em 2012 também demonstrou eficácia em tratar pacientes com diversos tipos de câncer.
"Os resultados foram dramáticos, com remissão a longo prazo e possível cura em alguns pacientes com câncer metastático, uma condição que antes era considerada basicamente intratável", afirmou a Academia.
Os melhores resultados clínicos foram obtidos combinando os tratamentos com drogas que atuavam tanto contra a CTLA-4 quanto contra a PD-1, principalmente em casos de melanoma e câncer renal. "A outra pesquisa importante é agora combinar as imunoterapias entre si e as imunoterapias com quimioterapias ou com os agentes alvo-dirigidos", avalia Maluf.
Maluf explica que esse tipo de tratamento, a imunoterapia inibidora de checkpoints, já é utilizado em pacientes com câncer em estado avançado, no Brasil e no mundo, há cerca de quatro anos. No país, existe uma droga que bloqueia a CTLA-4 e outras cinco que atuam sobre a PD-1. Ele explica que, normalmente, são utilizadas em pessoas que não responderam a outros tratamentos.
"Essas drogas foram associadas a ganho de sobrevida global em tumores graves como melanoma, câncer de pulmão, de bexiga, de rim, de cabeça e pescoço, linfoma, tumores intestinais, de fígado, gástricos também. São drogas que hoje fazem parte do dia a dia em várias situações importantes com tumores graves e muito avançados" afirma. O oncologista explica que elas também trazem menos efeitos colaterais que a quimioterapia tradicional.
"Nós podemos curar o câncer com isso", afirmou Klas Kärre, membro do comitê do Nobel.
A Academia sueca considerou que o desenvolvimento clínico de estratégias de imunoterapia havia sido modesto até as descobertas de James P. Allison e de Tasuku Honjo, consideradas um marco no combate à doença. Cientistas já tentavam acionar o sistema imune para lutar contra o câncer há mais de 100 anos.
Tipos de tratamento contra o câncer: Nobel de medicina foi para descobertas em imunoterapia — Foto: Claudia Peixoto/Arte G1
Tipos de tratamento contra o câncer: Nobel de medicina foi para descobertas em imunoterapia — Foto: Claudia Peixoto/Arte G1
Segundo a agência alemã Deutsche Welle, Allison, que afirmou se sentir honrado com o prêmio, contou que não tinha a intenção de estudar o câncer, mas de "compreender a biologia das células T, essas células incríveis que viajam pelo nosso corpo e trabalham para nos proteger". O professor agradeceu a "uma série de estudantes de graduação, companheiros de pós-doutorado e colegas no MD Anderson".
Também de acordo com a agência, Honjo disse que o que mais lhe agrada é ouvir dos próprios pacientes que conseguiram se recuperar de doenças graves em razão de suas pesquisas. O imunologista afirmou que deseja continuar com os estudos para salvar um número ainda maior de pessoas. Ele agradeceu seus colegas, estudantes e familiares que o apoiaram durante a realização da pesquisa.
Outras pesquisas relacionadas ao tratamento da doença já haviam sido vencedoras do Nobel de Medicina: tratamento hormonal contra câncer de próstata (1966) , quimioterapia (1988) e transplantre de medula para tratar leucemia (1990).

Mitos e verdades sobre o câncer de ovário

A médica oncologista Ana Carolina Gifoni, membro do Comitê de Oncogenética da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) e presidente ...