quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

Fatores de risco do câncer de ovário!


Embora estudos científicos afirmem que metade dos casos de câncer de ovário ocorra em mulheres acima de 60 anos e que raramente acometa mulheres com menos de 40 anos, tenho me surpreendido com a grande quantidade de mulheres jovens que participam do grupo Câncer de Ovário: Juntas somos mais fortes! A mais jovem integrante foi diagnosticada aos 14 anos de idade, hoje está com 17, e temos muitas outras integrantes acometidas com câncer de ovário na faixa dos 20, 30 e 40 anos, todas elas durante a idade reprodutiva, ou seja, não tinham nem sequer chegado perto da menopausa!
Abordei esse assunto somente para alertar as leitoras que não há idade para se ter câncer de ovário!
Existem alguns fatores de risco que merecem atenção, porém, ter um fator de risco ou mesmo vários, não significa que você vai ter uma doença como o câncer. Muitas pessoas que contraem a doença podem não estar sujeitas a nenhum fator de risco conhecido. Se uma pessoa com câncer de ovário tem algum fator de risco, muitas vezes é muito difícil saber o quanto esse fator pode ter contribuído para o desenvolvimento da doença.

Vários fatores de risco podem tornar uma pessoa mais propensa a desenvolver câncer de ovário:

Idade - O risco de desenvolver câncer de ovário aumenta com a idade, e a maioria dos cânceres de ovário se desenvolve após a menopausa. Metade dos casos são diagnosticados em mulheres acima de 63 anos.

Obesidade - Alguns estudos analisaram a relação entre obesidade e câncer de ovário, e de um modo geral, as mulheres obesas, com índice de massa corporal acima de 30, têm um risco aumentado para câncer de ovário.

História Reprodutiva - Mulheres que tiveram filhos têm menor risco de câncer de ovário em relação às mulheres que nunca engravidaram. Este risco diminui a cada gravidez, sendo que a amamentação pode reduzir ainda mais esse risco.

Controle da Natalidade - As mulheres que usaram pílulas anticoncepcionais têm um menor risco de câncer de ovário. A diminuição do risco é observada apenas após 3 a 6 meses de utilização do medicamento, e o risco diminui quanto mais tempo os anticoncepcionais são utilizados. Este risco continua baixo durante muitos anos após o uso do anticoncepcional ser interrompido. Um estudo recente mostrou que as mulheres que usaram acetato de medroxiprogesterona, um contraceptivo hormonal injetável tiveram menor risco de câncer de ovário. O risco foi ainda menor para as mulheres que usaram esse medicamento por mais de 3 anos.

Cirurgia Ginecológica - A laqueadura tubária pode reduzir a chance de desenvolver câncer de ovário em até 67%. A histerectomia também parece reduzir o risco em cerca de um terço.

Medicamentos para Fertilidade - Em alguns estudos foram detectados que o uso do citrato de clomifeno por mais de um ano pode aumentar o risco de tumores de ovário. Os medicamentos usados para fertilidade parecem aumentar o risco de doença, conhecida como de baixo potencial de malignidade. Portanto, se estiver tomando medicamentos para fertilidade, sempre discuta com o seu médico os riscos potenciais. No entanto, mulheres inférteis podem ter um risco maior em relação às mulheres férteis, mesmo que estejam usando medicamentos para fertilidade. Isso pode ser em parte porque elas não tiveram filhos ou usavam pílulas anticoncepcionais. Não obstante, mais estudos estão em andamento para esclarecer essas relações.

Andrógenos - Em um pequeno estudo o uso do danazol, droga que aumenta os níveis de andrógenos, foi associado a um risco aumentado de câncer de ovário. Em um estudo mais amplo, esta ligação não foi confirmada, mas se observou que as mulheres que usam andrógenos têm um risco aumentado de câncer de ovário. Outros estudos sobre o papel dos andrógenos no câncer de ovário estão sendo desenhados.

Terapia Estrogênica e Terapia Hormonal - Alguns estudos sugerem que o uso de estrogênios após a menopausa aumenta o risco de câncer de ovário. Este risco parece ser maior nas mulheres que tomam apenas estrogênio (sem progesterona) por pelo menos 5 a 10 anos. No entanto, esse aumento do risco é incerto para mulheres que tomam estrogênio e progesterona.

Histórico Familiar de outros Cânceres - O risco de câncer de ovário é maior se um parente de primeiro grau foi diagnosticado com câncer de ovário, indiferente se for do lado materno ou paterno. 10% dos cânceres de ovário são hereditários. Um histórico familiar para alguns outros tipos de câncer causados por uma mutação herdada em certos genes pode aumentar o risco de câncer de ovário. Por exemplo, mutações nos genes BRCA1 e BRCA2 aumentam o risco de câncer de mama, portanto, ter um membro da família com câncer de mama pode aumentar o risco de câncer de ovário. Outro conjunto de genes que aumenta o risco de câncer de ovário são famílias com risco aumentado de câncer colorretal. Muitos casos de carcinoma epitelial de ovário são causados por mutações genéticas hereditárias que podem ser identificados em testes genéticos.

Histórico Pessoal de Câncer de Mama - O histórico pessoal de câncer de mama aumenta o risco de câncer de ovário. Existem várias razões para isso, alguns dos fatores de risco reprodutivo para câncer de ovário também podem afetar o risco de câncer de mama. O risco de câncer de ovário após o câncer de mama é maior nas mulheres com histórico familiar de câncer de mama. Uma forte história familiar de câncer de mama pode ser causada por uma mutação herdada nos genes BRCA1 ou BRCA2, que também pode ser um fator para causar câncer de ovário.

Talco - Alguns estudos sugerem um ligeiro aumento do risco de câncer de ovário em mulheres que usavam talco sobre a área genital. No passado, o talco continha amianto, um conhecido mineral cancerígeno. Em alguns estudos isso explica a associação com o câncer de ovário. Há 20 anos está proibido a adição de amianto aos produtos em pó para corpo e rosto. No momento, não existem evidências que liguem o pó de amido de milho com quaisquer cânceres femininos.

Dieta - Mulheres que seguem uma dieta com baixo teor de gordura, por pelo menos 4 anos, têm um risco menor de câncer de ovário. Recomenda-se que as mulheres tenham uma dieta com grande variedade de alimentos saudáveis, com ênfase em fontes vegetais, alimentando-se diariamente pelo menos com 2-3 porções de frutas, legumes, grãos inteiros, pães, cereais, arroz, macarrão ou feijão. É recomendada, ainda uma limitação na ingestão de carne vermelha e carnes processadas, mesmo que o impacto dessas recomendações dietéticas sobre o risco de câncer de ovário ainda seja incerta. Essas orientações podem ajudar a prevenir várias outras doenças, incluindo alguns outros tipos de câncer.

Analgésicos - Em alguns estudos, tanto a aspirina como o acetaminofeno mostraram ser capazes de reduzir o risco de câncer de ovário. No entanto, essa informação não é consistente. As mulheres que não fazem uso destes medicamentos regularmente para outras condições de saúde não devem começar a fazê-lo para tentar prevenir o câncer de ovário, pois ainda são necessários mais estudos sobre o assunto.

Tabagismo e Álcool - O tabagismo e o uso de álcool não aumentam o risco do câncer de ovário, mas alguns estudos indicam que pode aumentar o risco para o tipo mucinoso.

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