domingo, 31 de janeiro de 2016

Atividades Físicas e o Paciente com Câncer


Fonte: Oncoguia 
No passado, acreditava-se que pacientes em tratamento de doenças crônicas, como câncer ou diabetes, deviam manter-se em repouso e reduzir suas atividades físicas. Hoje em dia, só precisam seguir essas orientações se o movimento provoca dor, aumento da frequência cardíaca ou falta de ar. Recentes pesquisas demonstram que a prática de exercícios não só é segura e possível durante o tratamento do câncer, como também pode melhorar a disposição, o corpo e também a qualidade de vida do paciente.

Por outro lado, o repouso em excesso pode resultar em perda funcional, atrofiamento muscular, além de reduzir a amplitude dos movimentos do paciente.


Confira alguns dos benefícios da prática regular de exercícios durante o tratamento:

Manter ou melhorar sua capacidade física.
Melhorar o equilíbrio, diminuindo o risco de quedas e ossos quebrados.
Evitar o atrofiamento dos músculos.
Diminuir o risco de doença cardíaca.
Diminuir o risco de osteoporose.
Melhorar o fluxo sanguíneo.
Tornar o paciente independente para suas atividades cotidianas.
Melhorar a autoestima.
Diminuir o risco desenvolver depressão.
Diminuir as náuseas.
Melhorar o humor e o relacionamento social.
Evitar a fadiga.
Ajudar a controlar o peso.
Melhorar a qualidade de vida.
Programa de Exercícios

Embora haja muitas razões para ser fisicamente ativo durante o tratamento do câncer, o programa deve ser baseado no que é seguro, eficaz e agradável para cada paciente. O programa deve levar em conta os programas anteriores de exercícios que o paciente já costumava seguir antes da doença e também seus novos limites. Portanto, o programa de exercícios deve ser adaptado aos seus interesses e necessidades.

O que levar em consideração:

Tipo e estadiamento da doença.
Tipo de tratamento.
Condicionamento físico.
Só inicie a prática de exercícios físicos após liberação de seu médico oncologista, e certifique-se que o profissional que irá elaborar sua rotina de exercícios conhece seu diagnóstico e suas limitações.


Precauções

Certifique-se que seus níveis sanguíneos estão adequados.
Não faça exercícios físicos se estiver com anemia.
Se suas taxas sanguíneas estiverem baixas evite locais públicos.
Não pratique atividades físicas se o nível dos minerais no sangue, como sódio e potássio, não estiverem normais.
Se você se sente cansado e sem vontade de praticar exercícios físicos, tente pelo menos fazer 10 minutos de alongamento diariamente.
Evite superfícies irregulares e exercícios que possam fazer você se machucar.
Evite exercícios que provoquem muita tensão nos ossos, se você tem osteoporose, metástase óssea, artrite e lesões nos nervos.
Se você tem problemas de equilíbrio, prefira a bicicleta ergométrica à esteira.
Avise seu médico se ganhar peso sem motivo aparente, tiver falta de ar ao mínimo esforço, tontura, dores, inchaços e visão turva.
Observe a ocorrência de sangramentos, especialmente se estiver tomando anticoagulantes.
Evite piscinas com cloro se tiver feito radioterapia.
Se você estiver usando um cateter, evite esportes aquáticos e outros riscos que podem causar infecções. Evite também treinos de resistência que exercitem os músculos na região do cateter.
Exercícios

Para obter melhores resultados é importante que você monitore seu coração. Preste atenção à sua frequência cardíaca, sua respiração, e seu cansaço. Se você tiver falta de ar ou se sentir muito cansado, pare e descanse um pouco, quando se sentir bem novamente retorne os exercícios. Respeite sempre o seu ritmo. Tenha cuidado se você estiver tomando remédios para controlar a pressão, pois sua frequência cardíaca pode não subir, mas sua pressão pode ficar elevada.

Não existe uma rotina definida de exercícios para pacientes com câncer. Essa rotina depende de cada paciente, e é importante que ajude a manter a resistência, força muscular e flexibilidade, mantendo o paciente capaz de realizar as coisas que quer e precisa fazer. Quanto mais o paciente se exercita, melhor irá se sentir.

É comum que pessoas que já praticavam exercícios regulares antes do diagnóstico do câncer, precisem reduzir a intensidade e a quantidade de exercício durante o tratamento. Mesmo que seja necessário parar com os exercícios físicos, é importante se manter ativo.


O que levar em conta ao planejar um novo programa de exercícios

Converse com seu médico sobre os tipos de exercícios que você poderá fazer.
Comece devagar e vá aumentando o ritmo lentamente, respeitando os limites do seu corpo. Mesmo que no começo você só possa fazer alguns minutos de exercícios por dia, você já se sentirá melhor.
Faça pequenas séries de exercícios com intervalos frequentes.
Inclua exercícios que trabalhem a força, flexibilidade e capacidade aeróbica.
Sempre faça um aquecimento antes de iniciar os exercícios. E no término das sessões faça um alongamento trabalhando sempre a respiração.

Fadiga e Câncer

A maioria dos pacientes com câncer percebe que tem muito menos energia do que antes. Durante o tratamento, cerca de 70% dos pacientes apresentam fadiga. Esse tipo de cansaço do corpo e do cérebro não melhora com o repouso. Para muitos, a fadiga é intensa e limita suas atividades. A inatividade leva à perda de massa muscular e perda de função.

Um programa de exercícios aeróbicos pode ajudar a fazer você se sentir melhor, podendo inclusive ser prescrito como tratamento para fadiga em pacientes com câncer.


Dicas para reduzir a fadiga:

Estabeleça uma rotina que permita que você faça os exercícios diariamente.
Exercite-se regularmente.
Faça pausa entre as séries de exercício.
A menos que seja indicado o contrário, mantenha uma dieta equilibrada, que inclua proteínas, e beba cerca de 8 a 10 copos de água por dia.
Faça atividades que lhe dão prazer.
Use técnicas de relaxamento e visualização para reduzir o estresse.
Peça ajuda quando precisar.

Exercícios Simples e Divertidos

O segredo é manter seu programa de exercícios simples e divertido. Técnicas de exercícios e relaxamento são ótimas maneiras de aliviar o estresse, que permitem que você se sinta melhor.

Dicas para melhorar o interesse pelos exercícios

Defina metas de curto prazo e longo prazo.
Concentre-se em se divertir.
Faça exercícios diferentes, tente dança, ioga, ou tai chi chuan.
Anote seu progresso, reconhecendo e recompensando suas realizações.
Adicione Atividade Física à sua Rotina

Dê uma volta pelo seu bairro após o jantar.
Ande de bicicleta.
Se mora em casa, corte a grama e varra o quintal.
Lave seu banheiro.
Lave seu carro.
Brinque com as crianças.
Passeie com o cachorro.
Dance.
Faça exercícios enquanto assiste TV.
Dispense o carro em pequenos trajetos.
Use as escadas em vez de elevador.
Boa sorte e bom exercício!

segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

Voltei...

Eu em casa, após alta do hospital
Olá pessoal, tudo bem com vocês?
Comigo agora está tudo bem melhor, mas confesso que passei por maus bocados!
Meio que de supetão tive que passar por uma nova cirurgia, pois em um exame de pet scan foi detectada uma atividade tumoral na região pélvica.
Foi uma cirurgia de laparotomia, conduzida pelo meu médico e anjo da guarda Dr. Carlos Faloppa e auxiliada por uma competente equipe do Hospital AC Camargo. Nessa cirurgia, bastante invasiva, foi feito um "second-look" (uma reavaliação da resposta tumoral após um programa de tratamento completo) e a retirada de três nódulos, os quais foram encaminhados para biópsia para constatar se se tratam de neoplasia.  Tudo correu bem durante o procedimento e, após o mesmo,  fiquei na UTI por um dia e mais 4 dias no quarto até receber alta. 
Estou dolorida,  remendada e de molho, mas me sentido muito abençoada por ainda estar tendo a chance de viver e poder ser tratada e cuidada por pessoas tão maravilhosas, pelas quais sinto imensa gratidão! 
Muita gente ajudando, de longe e de perto, seja com cuidados, com orações, recomendações, orientações, vibrações, carinho, enfim, tudo para que eu me reestabeleça rapidamente.
Posso afirmar que toda essa energia boa que vocês estão me ennviando está funcionando, e muito, para a minha plena recuperação.
Meu muito obrigada a todos!

segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

Hora de sumir um pouquinho...

A vida resolveu “aquietar-me” novamente e esse momento tá pedindo um silêncio, uma calmaria e uma atenção redobrada a mim mesma.
Sumirei um pouquinho, mas prometo que, logo, logo, estarei de volta para contar tudinho a vocês...
Muito grata por todo o carinho que voa até mim todos os dias e por toda essa energia boa que recebo e que me faz um bem danado!
Um beijo com todo o meu carinho para todo mundo!

O correr da vida embrulha tudo, 
a vida é assim: esquenta e esfria, 
aperta e daí afrouxa, 
sossega e depois desinquieta. 
O que ela quer da gente é coragem. 
O que Deus quer é ver a gente 
aprendendo a ser capaz 
de ficar alegre a mais, 
no meio da alegria, 
e inda mais alegre 
ainda no meio da tristeza! 
A vida inventa! 
A gente principia as coisas, 
no não saber por que, 
e desde aí perde o poder de continuação
porque a vida é mutirão de todos, 
por todos remexida e temperada. 
O mais importante e bonito, do mundo, é isto: 
que as pessoas não estão sempre iguais, 
ainda não foram terminadas, 
mas que elas vão sempre mudando. 
Afinam ou desafinam. Verdade maior.
Viver é muito perigoso; e não é não.
Nem sei explicar estas coisas. 
Um sentir é o do sentente, mas outro é do sentidor.

(Guimarães Rosa)

quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

Mulheres e Médicos não Reconhecem Sinais de Câncer de Ovário

O câncer de ovário continua sendo um dos tipos de câncer mais letais a atingir as mulheres porque, geralmente, só é diagnosticado em estágio avançado. E, ao contrário do que muitos médicos aprendem na faculdade, as mulheres com câncer de ovário geralmente têm sintomas quando a doença ainda é altamente curável.

Em um estudo com 1.725 mulheres canadenses e norte-americanas com câncer de ovário, os pesquisadores verificaram que quase todas descreveram aos médicos seus sintomas bem antes de a doença ser diagnosticada.

A maioria sofria de inchaço e dor abdominais, enquanto muitas outras tinham problemas gastrointestinais, dor pélvica, sangramento anormal ou outros sintomas. Como esses problemas podem indicar vários problemas de saúde, muitas mulheres e seus médicos não reconheceram neles os sintomas de câncer.

O trabalho da equipe, chefiada por Barbara Goff, da Universidade de Washington, foi publicado na edição de 15 de novembro da revista Cancer.

Quando o câncer de ovário é detectado precocemente, a taxa de sobrevivência é alta, superior a 90 por cento. Mas apenas um quarto dos casos são diagnosticados antes que a doença se espalhe para além dos ovários. Segundo os pesquisadores, quando o câncer é detectado em estágios avançados, a taxa de sobrevivência cai para 20 a 30 por cento.

Um dos motivos para a taxa de detecção precoce ser tão pequeno é o fato dos sintomas da doença serem vagos. E ignorar sintomas como dor abdominal e pélvica crônica pode ter um preço alto. Os pesquisadores verificaram que as mulheres que inicialmente ignoraram esses sintomas tenderam significativamente a ter o diagnóstico de câncer de ovário em estágios mais avançados. Cerca de 50 por cento das mulheres suportaram os sintomas da doença durante três meses, antes de procurar um médico.

Muitos médicos demoraram para fazer o diagnóstico correto. Apenas 20 por cento das mulheres foram informadas que poderiam ter câncer de ovário na primeira consulta. O resto recebeu diagnóstico de problemas que variavam desde síndrome do colo irritável até depressão. Algumas pacientes ouviram que não havia nada errado com elas. Cerca de 21 por cento das mulheres culparam a 'atitude' dos médicos pelo atraso no diagnóstico. "O resultado do nosso estudo sugere que poderíamos ser capazes de reduzir os atrasos no diagnósticos com uma educação melhor dos profissionais de saúde e das pacientes sobre os sintomas do câncer de ovário", escreveram os pesquisadores.

Conforme os autores, mesmo que a maioria das mulheres com problemas pélvicos ou abdominais não tenha câncer de ovário, os médicos deveriam realizar exames pélvicos antes de "rotular" as mulheres com outros problemas.

Sinopse preparada por Reuters Health

Mitos e verdades sobre o câncer de ovário

A médica oncologista Ana Carolina Gifoni, membro do Comitê de Oncogenética da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) e presidente ...