quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

Balanço de Final de Ano!

Queridos leitores,

Chega o final de ano e paramos para refletir sobre tudo o que fizemos, ou o que deixamos de fazer durante o ano que termina!
É um verdadeiro balanço de nós mesmos, pois é a hora de avaliarmos tudo de positivo e negativo que aconteceu em nossas vidas, enfim, é contabilizarmos o que nos trouxe mais brilho, mais alegria, mais felicidade, mais amor, mais esperança, mais serenidade, mais tristeza, mais frustração, mais agonia, mais ansiedade...o que agregou, o que multiplicou e o que subtraiu, pois não devemos nos esquecer dos desacertos e erros que cometemos.
A vida é cíclica, uma roda viva que nos proporciona aprendizado, e é isso que nos permite evoluir, nunca regredir...Aprendemos com os acertos, com os erros, com as perdas e com os ganhos!
Encerrado o balanço, vem a hora do planejamento. Hora de definirmos as nossas metas, desejos e tudo o mais que almejamos realizar no próximo ano para sermos mais felizes e plenos...Claro que devemos ter em mente que muita coisa não depende somente de nós para acontecer, mas que possamos fazer a nossa parte para acontecer!

Adeus 2015! Um Feliz Ano Novo a todos nós e que 2016 venha repleto de muito amor, paz, saúde, esperança e fé!

Abraços fraternos a todos!


segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

Só o tempo cura...

Tem coisas que só o tempo cura.
Aliás... o tempo pode até não eliminar as cicatrizes, porém ele cura todas as feridas.
As cicatrizes continuarão ali até que se tornem troféus, motivos de orgulho. Afinal... elas simbolizam uma dor superada, uma batalha vencida, um inimigo derrotado.
O melhor de tudo é que as cicatrizes... já não doem mais.
Sabedoria se faz necessário para que se entenda que elas estão ali.
Elas gritam ansiosas por contar e refletir a tua história, porém não podem NUNCA MAIS lhe tirar o sono.
Orgulhe-se delas! 
São verdadeiros símbolos de que nós somos fortes guerreiros, heróis dessa louca vida.


sábado, 19 de dezembro de 2015

Saúde Pública - Salve-se quem puder!

Não me sinto vítima do câncer, mas sim de uma saúde pública falida, de seguradoras interesseiras, de laboratórios mafiosos, de um país corrupto que não faz valer a sua própria constituição no que se refere à vida, à saúde...Muito triste pagar 800 reais por mês em um plano de saúde da Notredame e ter que dispor de mais de 3000 reais por um exame de pet scan, cuja realização a seguradora está desobrigada a realizar devido ao ca de ovário não estar na lista de procedimentos da RN 338 da ANS, sendo que todo tipo de câncer metastático deveria entrar nesse rol, não somente de mama, de pulmão, etc...Como disse uma amiga, o rol da ans deveria ser um rol meramente exemplificativo, não poderia restringir procedimentos médicos! Essa incumbência de definir planejamentos terapêuticos e procedimentos a serem realizados deveria ser somente do médico do paciente oncológico . 

Não tenho tempo hábil para entrar com uma liminar na justiça.  Os fóruns entraram em recesso de final de ano e as liminares, cuja concessão deveria sair em 48 horas, podem demorar dias, semanas e até meses para serem julgadas.

Confesso que estou cansada! Se já não fosse difícil driblar o câncer, temos ainda que driblar contratempos como esse...justamente devido a incompetência do poder público em nosso país...

Mas a luta continua...

quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

Será que o CA 125 é mesmo eficaz para o acompanhamento do câncer de ovário?

Sinceramente, gostaria muito que algum médico oncologista, ou especialista nesse assunto, me respondesse essa questão.
Esse mês de dezembro tive que repetir meus exames. Realizei o exame CA 125 e o mesmo se apresentou baixíssimo (4,9). Mesmo a contragosto do oncologista que me acompanha, o meu médico cirurgião, Dr. Carlos Faloppa, decidiu solicitar uma tomografia.
Na última segunda, dia 14 de dezembro, fui ao AC Camargo, peguei o resultado da tomografia e fui direto para a consulta com o Dr. Carlos.
Estava super-tranquila, pois o marcador estava baixíssimo...Entreguei os exames a ele, que os leu e depois comentou comigo o resultado apresentado pelo laudo, que constatou a presença de um nódulo de quase 2 cm, reagente ao contraste, indicando uma suspeita de recidiva da neoplasia.
Uauuu, essa rasteira me pegou de surpresa! Fiquei muda e chorei no consultório. Estava sozinha...
Ele me pediu para realizar com urgência um pet scan, para comprovar ou descartar qualquer atividade tumoral e já me adiantou que, caso se confirme tal suspeita, terei que passar por nova cirurgia. Até já solicitou para que eu faça os exames pré-operatórios, isso para ganhar tempo!
Cheguei em casa desnorteada, mas mesmo assim pesquisei a respeito desse assunto para poder compartilhar com vocês. Descobri em alguns artigos médicos que em 20% dos casos o CA 125 pode apresentar um falso negativo, ou seja, apresenta-se baixo, mesmo com a doença presente. Discuti esse assunto no grupo Somos mais que Vencedoras e uma amiga comentou o seguinte: 

Carla Duda Eu gostaria de aproveitar este post para dizer algo muito importante sobre a especificidade e sensibilidade do marcador tumoral CA125 mesmo após o diagnóstico, ou seja, como um exame de rastreabilidade/acompanhamento. É importante que o oncologista nunca se baseie somente neste teste. Minha mãe, assim como a Nanci Bueno, apresentou o marcador CA125 baixo, porém, a tomografia apresentou um pequeno sinal da doença. Inclusive, há pessoas em que o CA125, mesmo com o nível de leucócitos altíssimo e exames de imagem evidenciando com clareza a presença de neoplasia, apresentam resultados relativamente baixos no marcador CA125 (minha mãe, CA125=64). Por isso, acredito ser é imprescindível o acompanhamento por exames de imagem.

Meu objetivo não é criar alarde sobre o assunto, mas é fazer com que os médicos adotem protocolos mais eficazes tanto para o diagnóstico quanto para o acompanhamento da neoplasia de ovário, pois em meu grupo, por vezes acompanhei estórias de mulheres, que assim como eu, receberam um falso diagnóstico quando do descobrimento da doença e, depois da doença, já na fase de acompanhamento, um falso negativo para o CA 125 (mesmo que no meu caso seja ainda uma suspeita)! Dez amigas do meu grupo morreram esse ano de ca de ovário!

Necessitamos de mais comprometimento médico e de mais pesquisas para o CÂNCER DE OVÁRIO! Muitas mulheres tem sido vitimizadas por essa doença, justamente por causa da falta de interesse em pesquisas sobre esse tema. Falta interesse por parte de médicos, laboratórios, agências de saúde, governantes, enfim, de muita gente! 
Quantas mais terão que morrer para que se faça alguma coisa?

ENQUANTO CONTINUARMOS SOMENTE NA CONDIÇÃO DE VITIMAS PASSIVAS DO CA DE OVÁRIO, NADA IRÁ MUDAR. Cada paciente ou familiar dever ter sua parcela de contribuição para mudar esse cenário, seja divulgando, questionando, buscando informações e  reivindicando direitos!

sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

Tenho por obrigação ser feliz...

Hoje me ocorreu o seguinte: Se Deus me deu uma segunda chance de vida, que eu faça valer a pena, pois tenho por obrigação ser feliz!
Imaginei que após o câncer tudo pudesse ser diferente, que todas as pessoas que convivem comigo ficariam tão gratas quanto eu por eu estar viva, que gostariam de estar mais presentes comigo, celebrando a vida!
Não foi bem assim que aconteceu. As pessoas continuam tão aceleradas quanto eu costumava ser, muito preocupadas com suas obrigações diárias e com suas próprias vidas!
Na verdade, quem passou por um câncer fui eu e quem teve que desacelerar fui eu...
Criei expectativas com relação às pessoas e me decepcionei com muitas delas! 
Quatro longos anos se passaram desde o diagnóstico, tempo suficiente para eu descobrir quem sou, o que sou e o que quero. Descobri que consigo viver feliz comigo mesma, que posso e devo celebrar a minha vida, seja acompanhada ou sozinha!
Vejo o câncer como uma onda forte batendo em minha bunda, fazendo-me ou nadar para frente ou me afogar! A escolha é minha, cabe a mim decidir! Detalhe...durante esses últimos anos aprendi a nadar, e bem...
Irei sim nadar até um "ponto seguro"...Graças ao bom Deus, tenho muita saúde e fôlego para isso!
Bora ser feliz!

quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

Depoimentos de pacientes e familiares - Alerta e Conscientização para o CA de Ovário!


Queridos leitores:

Já comentei por aqui que criei no facebook um grupo de ajuda chamado SOMOS MAIS QUE VENCEDORAS! 
Nesse grupo, eu, pacientes e familiares de ca de ovário e outros tipos de cânceres interagimos e trocamos experiências, informações, carinho, dores, temores, enfim, estamos juntas porque JUNTAS SOMOS MAIS FORTES!
Como forma de alerta e conscientização, compartilho com vocês alguns depoimentos dessas mulheres. 
Geralmente, no CÂNCER DE OVÁRIO as estórias se repetem, pois, na maioria das vezes, os sintomas são confundidos com problemas gástricos e outros males comuns, fato este que leva a um falso diagnóstico, fazendo com que a doença somente seja descoberta quando em estágio avançado.
É lamentável não termos ainda um exame que possa detectar precocemente o CA de ovário e, mais lamentável ainda é não ser adotado como protocolo o exame de sangue CA 125, ao menos para as mulheres mais propensas a desenvolverem esse tipo de ca (grupo de risco: mulheres com mais de 40 anos, que nunca engravidaram, que já tiveram ca de ovário ou mama na família, que nunca tomaram anticoncepcional)... 
A conscientização para o ca de ovário é um trabalho de formiguinha! Todas nós podemos fazer a nossa parte para alertar mais e mais mulheres sobre esse mal "sussurrante". A informação continua sendo o nosso único caminho para a PREVENÇÃO. 

Obrigada a essas amigas por compartilharem as suas estórias conosco!


Carla Duda - Bem querida Nanci Bueno, todas vocês sabem que eu sou filha de uma paciente em tratamento. Mas vou contar a história por ela pois serve de alerta: Minha mãe em 2012 começou a sentir dores no estômago e quadro depressivo. Até aí, ela nunca havia falado de cisto e já estava na menopausa. Fez exames e foi diagnosticada com H. Pylori. Fez o tratamento para o H.ylori e depressão. Fiicou razoavelmente bem mas sempre com problemas de estômago, indo sempre ao gastro. Em fevereiro 2014 um ginecologista nos exames de rotina disse que havia algo errado e que ela deveria ser submetida á cirurgia e indicou outro médico. Este porém, GARANTIU que era somente um cisto. Porém, entre dores de estômago, abdominais, inchaço e desmaios minha mãe foi internada e encaminhada a uma ginecologista/oncologista que fez os exames e deu o diagnóstico "neoplasia" . No dia 01/09/2014, realizou histerectomia radical, retirou um CA de ovário de 8cm com metástase para intestino e parte da bexiga, tudo reconstruído. Cirurgia de 7 horas por laparoscopia exploradora e infelizmente, colocação do estoma. Detalhe : Os marcadores tumorais para CA de intestino também apresentaram resultados normais e CA 125 = 64. Ou seja, não podemos confiar nos outros marcadores .... Após a cirurgia, estávamos todos em choque e ela, pobre mamãe, mais ainda.... Usou fraldas, inchou mais ainda, ficou mais 22 dias internada.....Dias difíceis, todos viramos enfermeiros! Mas meu pai, tenho orgulho dele, assumiu até hoje tudo com muito amor , carinho e paciência mesmo diante da revolta de minha mãe. O tratamento inicial eram 4 sessões de quimio. Mas já se foram 10 e tem mais 3. O dia mais difícil para ela? Todos, pois vive entre a esperança da cura e as reações do tratamento que a enfraquece aos 70 anos de idade.....Apesar da idade ela quer sua vida de volta! Quer ir ao banheiro como uma pessoa normal ! E se pergunta : Até quando ?

Aline Sampaio - Descobri o meu em novembro de 2013. Foi um susto! Não tinha idéia que estava gravemente doente, com adenocarcinoma em estagio IV, com metástases no fígado, intestino, mediastino, peritônio e etc. fiz cirurgia com histerectomia radical, e 6 ciclos de quimio... Contudo, meu ca125, nunca chegou ao 35, e oito meses após, tive recidiva constatada via pet ct, então fiz mais 6 ciclos bombásticos de quimioterapia. Faz um mês que terminei, então fiz novo pet e deu normal, mas o marcador continua acima de 35. Vou fazer o exame genético assim que o plano autorizar. Que Deus cure nossas mazelas, guerreiras!!!

Patricia Q. - Olá Bom dia! Recebi meu diagnóstico Câncer de ovário em março desse ano, Era um simples cisto de 5 cm a principio benigno.Fiz uma cirurgia de videolaparoscopia p retirada do cisto em Fevereiro, 15 dias depois fiquei sabendo que era câncer de 1 grau, e que ele rompeu na cirurgia Meu mundo caiu.....Após 1 mês fiz outra cirurgia histectomia total, para minha sorte nao houve metástase nos órgãos retirados. Fiz 6 ciclos de quimioterapia terminei agora em setembro. Meu Deus que susto!! Tenho 38 anos 2 filhos. Agradeço a Deus todos os dias ter descoberto no início. Essa semana fiz exames que constatou cisto no rim, meu médico disse que não é nada....vamos confiar. Vida que segue.....

Ana Luísa  (Lisboa - Portugal) - Já há algum tempo que tento dar o meu testemunho, mas acho que só agora ganhei coragem para falar no assunto. Em agosto do ano passado comecei a ter muitas aftas, a boca sempre cheia, andei 3_ meses assim. Fui ao médico, estava a emagrecer muito, disse-me que era uma depressão. Nem tomei os medicamentos. Em janeiro já recuperada das aftas, pensei em ter filhos. Comecei a ficar com a barriga grande, cada vez mais magra (44kg), enjoada, com sensação de enfartamento, entre outros sintomas e marquei consulta. A 31 de março uma dor muito forte levou-me ao hospital, passei toda a noite lá e diagnosticaram-me gases, queixei-me que sempre tive quistos nos ovários mas mandaram-me para casa. Fui logo à ginecologista que me disse que me tinha rebentado um quisto e que via uma massa de 9cm no ovário esquerdo. Fiz mais exames, ressonância, e em 2 meses atingiu os 22cm, parecia uma grávida de 6 meses. Fiquei em lista de espera para a cirurgia mas comecei a ter dores horríveis, mal conseguia andar e comer, dormia sentada e posso dizer que foram os piores dias da minha vida. Após 2idas às urgências fui operada, disseram que era um quisto benigno. Estava super feliz quando passado 3 semanas a médica me liga para ir a uma consulta. Afinal era um tumor mucinoso do tipo borderline. 2meses depois da 1a cirurgia fui operada de novo, tiraram o que restava do ovário esquerdo, a trompa, fizeram uma apendicectimia, omentectomia, lavagem peritoneal entre outras coisas. Felizmente não precisei de quimioterapia, sou acompanhada por um médico de oncologia e vivo em pânico com medo de ficar sem o ovário direito antes de ter filhos. Agora dou todo o valor à vida, jã não me chateio com coisas insignificantes e todos os dias agradeço a Deus a sorte que tive e rezo por quem está a passar pelo mesmo ou por pior. Passaram 3 meses da última cirurgia e tem dias que ainda me sinto confusa e triste mas vai passar porque agora sei que sou mais forte do que pensava. Muita força a todas.

Denise M. - Em 1994 apareceu cisto no ovário esquerdo nos meus exames de rotina e após 
uma cirurgia fui diagnosticada com um cancer raro chamado Tumor das células da granulosa Tipo Adulto..
Não precisei fazer quimioterapia pois estava "encapsulado" e sim uma ooforectomia unilateral e acompanhamento com exames de sangue e de imagem semestrais. 
Em 2006 tive a primeira recidiva com metástase no ovário direito e carcinomatose peritoneal.
Perdi o chão...medos e incertezas ,o tratamento começaria com um protocolo de 7 sessões diárias de quimioterapia de 4 horas cada seguida de uma cirurgia. Durante esse período muito difícil e estressante,chorei e sorri a cada consulta.Segui o tratamento com uma cuidadora, amigos queridos ,minha família ,respeitando e aceitando com humildade o que cada um podia fazer e assim todos,inclusive no meu trabalho colaboraram com minha recuperação. A gratidão que tenho é imensurável !!!Comecei o tratamento com antidepressivo e ansiolítico o que faz muita diferença até hoje. Guerreira sim sofredora nunca.
Diferente de algumas pessoas eu sempre quis saber tudo sobre a doença, pesquisas no assunto, horas e mais horas na internet em sites do mundo todo procurando entender como conviver com uma doença incurável sem protocolo definido diante da sua raridade.
Nesses 9 anos foram vários protocolos de quimioterapias,recidivas,5 cirurgias imensas sendo a última em abril de 2015.Coragem,serenidade e sabedoria.Hoje posso dizer com o coração aberto que me amo mais e dou valor a coisas simples. Todos os dias agradeço por pequenas alegrias e vivo o Agora respeitando os meus sentimentos, minhas vontades , minhas limitações...Viver, conviver e sobreviver...

Tamara Barbara - Desde, mais ou menos, outubro de 2014 minha mãe comentava sobre desconforto abdominal, sempre que ela fazia alguma refeição. Ninguém em casa deu muita bola para isso, porque ela e meu pai tem problemas digestivos (gastrite, gases, ambos retiraram vesículas, etc). A barriga dela sempre distendia após as refeicoes, e isso ficou um pouco mais evidente lá para novembro. 
Em dezembro/janeiro, essa situação aumentou ainda mais; agora a barriga distendia "do nada", o empanturramento surgia mesmo sem comida, sensação de gases. Preocupada, em janeiro ela marcou com o ginecologista da família (porque no ano passado ela não tinha conseguido fazer o acompanhamento anual), e posteriormente marcaria com um endocrino/gastro. 
Calhou que, em um final de semana, um pouco antes de ir ao médico, ela acabou passando muito mal, desmaiando e indo para um pronto socorro. Ali foi constatado que ela teve uma crise de pancreatite (o que era estranho, porque ela já não tem mais vesícula... Mas mais tarde descobrimos que a má alimentação dos últimos meses, algo que ela não estava acostumada, com muita gordura, também pode ter desencadeado) mas, incomodado, um ginecologista do PS apareceu e resolveu prosseguir com alguns exames. 
Encontraram um "cisto" no ovário. O médico do PS orientou que ela procurasse ajuda "para ontem". Ele não quis abri-la pela dificuldade que minha mãe poderia encontrar de, posteriormente, ser transferida para algum hospital especializado. Na época não entendemos, mas depois ficou mais claro e sou eternamente grata por esse homem. Estávamos pelo SUS. 
Fomos encaminhado ao Pérola Byington e logo de cara a medica, que por sorte foi uma ginecologista oncológica, já disse: "olha, com marcadores elevados, as características do ultrassom e a ascite é sinal de malignidade". 
Tudo a partir daí foi mais rápido do que consigo imaginar. Por termos perdido o convênio em 2013 (motivo pelo qual minha mãe não fez o acompanhamento), fiquei desesperada que minha mãe fosse se tornar mais uma fatalidade na fila do SUS. Fico muito feliz por ter "pagado com a língua".
Em menos de um mês ela completou todos os exames, foi transferida para a equipe cirúrgica, resolveu todas as burocracias necessárias e, completando um mês, em março, um dia depois do seu aniversário de 52 anos, foi operada. Foi um quase mês de muito sufoco, medo (principalmente pela minha parte) é uma tentativa de deixá-la o mais forte possível, emocional e fisicamente, para a cirurgia. Sucos para fortalecer imunidade, sucos para isso, para aquilo, alimentos "anti cancer" (sendo que só foi confirmado após a cirurgia), orações, cirurgias espirituais, acho que nunca revirei tanto a internet atrás de artigo acadêmico médico. De repente "eu sabia" (não né, porque não sou médica) tudo sobre ovário e prognósticos. Isso foi bom e ruim (porque fiquei surtada). Minha mãe só seguiu com tranquilidade e acreditando em Deus e no melhor, contra todas as possibilidades. Ela dizia "eu causei isso, mas vou me curar". 
Sete horas de cirurgia e um cirurgião super atencioso, comprometido, ético e "brother" dizendo que a cirurgia tinha sido um sucesso e que ele tinha "conseguido limpar tudo". Já na cirurgia, pelo congelamento da peça (e pela minha mãe ter ouvido durante a cirurgia), sabíamos que o tumor era de grau 1 (bem diferenciado). Não havia ascite, algo que nos exames tinha. Sumiu. Sério, sumiu. Os exames também davam a entender que o negócio estava um pouco pior do que parecia... Na cirurgia, o tumor estava encapsulado. O médico, durante a cirurgia, achou que ele estava em estágio mais avançado por conta de "coisinhas" encontradas em linfonodos e em outras partes. Disse pra minha mãe não contar muito com estágios iniciais da doença, mas ter esperanças que tudo corria bem em relação ao prosseguimento: cirurgia bem, corpo forte, alguns ciclos de quimioterapia e tudo melhoraria a partir de então.
O um mês de recuperação e da saída da biópsia foram angustiantes. Pensei em todo o tipo de coisa - cirurgião falou que não era muito bom, então já tentava me preparar para o pior. 
E chorei igual a um bebê quando o resultado da biópsia saiu e a médica, a mesma que atendeu minha mãe no início, disse que estava em estágio IB. O que o médico tinha achado fora do ovario eram focos de endometriose. Nenhum linfonodo comprometido. Nenhuma célula neoplasia no lavado peritoneal (a ascite tinha sumido). Grau I. Cistoadenocarcinoma mucinoso encapsulado com leve infiltração no estroma (logo, maligno e não borderline). A médica ficou super feliz e disse que o prognotisco, dado o fato de ser cancer, era o melhor possível. Eu não acreditava no que ouvia. Chorou eu, minha mãe, meu pai... Foi quase tudo o que não choveu no Cantareira hahaha
Ela fez a quimioterapia ainda assim, por conta do marcador tumoral altíssimo causado pelo combo pancreatite + câncer. O CA 125 e 19-9 pre cirúrgicos estavam absurdos, e a minha mãe foi dada essa escolha. Ela optou por fazer. Após a cirurgia, quando nos encontramos com o onco clínico, responsável pela quimio, ele já tinha baixado para os valores normais, só o 19-9 que estava ainda elevado, mas era dentro do padrão (marcadores tumorais funcionam como decaimento, eles caem uma porcentagem específica a cada dia, então a queda estava dentro dos padrões normais, dado o valor anterior). 
Ontem minha mãe passou com a médica novamente e está, oficialmente, em remissão. Ela fará os exames novamente em marco, e se correr tudo certo como até agora, assim será por cinco anos.
De tudo isso, só posso tirar que Deus existe. Deus existe, e fez um milagre na nossa vida, na nossa cabeça, na nossa história. Eu acho mesmo que ele operou muito na vida da minha mãe, porque a perspectiva era algo muito mais agressivo do que se tornou... Conversei com muitos médicos e só posso concluir que teve, sim, não divina. 
Deus realmente opera milagres. Tenho dito a todas as mulheres que conheço sobre a prevenção. Não é nada específico como é para as mamas, mas é extremamente necessário. Minha madrinha não fazia exames há treze anos, eu não fazia exames há três - e tudo o que aconteceu sacudiu a família para ficar mais "esperta" em relação a saude. Não dá pra marcar bobeira. 




domingo, 6 de dezembro de 2015

Câncer? E agora?

Compreendemos que você, mais do que ninguém, sabe como é difícil estar com câncer. Na maioria das vezes, o diagnóstico da doença chega abalando todos os aspectos da vida. 
A partir disso, você se vê diante de situações novas nas quais jamais pensou que um dia teria que enfrentar. Frente ao diagnóstico do câncer e de todas as mudanças que acompanham este momento, muitos são os questionamentos e dúvidas que passam a permear a sua vida.

De uma hora pra outra a sensação é de que tudo mudou e a pergunta que permanece é: E agora, o que fazer?

Sabemos que existem pacientes que preferem não ler e não se informar a respeito do câncer. Não se preocupe, afinal, cada pessoa reage de uma forma e essas diferenças precisam ser respeitadas.

Para você que faz parte deste time de pacientes que prefere não se aprofundar a respeito do tratamento, nós preparamos e separamos algumas informações que são básicas e fundamentais para você neste momento da sua vida:

  • Converse com o seu médico e evite levar dúvidas pra casa.
  • Dê preferência a um tratamento que seja multiprofissional.
  • Procure um psicólogo (ou um psico-oncologista). Não deixe seus sentimentos de lado, eles precisam de muita atenção.
  • Visite o dentista antes de começar a quimioterapia.
  • Saiba que altos e baixos podem acontecer. Alguns dias você estará disposto (a), outros não...
  • Respeite suas vontades, mas não deixe de comer. Uma boa dica é você consultar uma nutricionista.
  • Aprenda a pedir e aceitar ajuda.
  • Leia sobre os direitos dos pacientes com câncer.
  • Não deixe de conversar com a sua família. Ela é fundamental neste momento.
  • Se possível, faça exercícios físicos ou exercícios mentais: Leia um livro, ouça uma música que lhe agrada ou assista uma boa comédia.
  • Saiba que você pode ter qualidade na sua vida, mesmo durante o tratamento do câncer. Procure realmente se distrair e fazer outras coisas, sempre respeitando os seus novos limites.

Fonte: Instituto Oncoguia (www.oncoguia.org.br)

Pensamento positivo pode ajudar a combater doenças

Pesquisas também mostram que a visão otimista da vida pode ser aprendida

por New Scientist

Pensar que tudo vai ficar bem não importa o tamanho do problema, além de diminuir o estresse, pode realmente ter impactos diretos na saúde. Uma pesquisa publicada na revista de Medicina Comportamental mostra que os otimistas se recuperam melhor de procedimentos médicos, como cirurgias do coração; têm um sistema imune funcionando bem e vivem mais. Os benefícios foram vistos em condições normais de saúde e entre doentes com câncer, doenças cardíacas e deficiências renais. 

Já é bem aceito pela medicina que os pensamentos negativos e a ansiedade podem nos deixar mais susceptíveis à doenças. O estresse – que é útil em pequenas doses para preparar o corpo para a ação ou fuga – quando constante, aumenta os riscos de diabetes e até demência. 

O que os pesquisadores estão descobrindo agora é que o pensamento positivo não só ajuda a combater o estresse, mas também têm efeitos positivos na saúde. Sentir-se seguro e acreditar que as coisas vão melhorar pode ajudar o corpo a se curar. Uma compilação de estudos publicada na revista de Medicina Psicossomática sugere que os benefícios do pensamento positivo acontecem independente do dano causado pelo estresse ou pessimismo. 

O otimismo parece reduzir as inflamações causadas pelo estresse e os níveis de hormônios do estresse, como o cortisol. E também parece reduzir a susceptibilidade a doenças direto no cérebro: acalmando nosso sistema de fuga e estimulando o seu oposto, o sistema de “descanso e digestão”. Assim como enxergar a vida com lentes cor de rosa, ver a si mesmo de como uma pessoa melhor do que os outros te enxergam também ajuda. 

Se você, pessimista, está pensando: algumas pessoas simplesmente nascem encarando a vida de forma mais positiva, outras, não. Saiba que nem tudo está perdido, embora pareça difícil de acreditar. Podemos treinar a capacidade de pensar positivamente. E parece que, o quanto mais estressado for a pessoa, mais esse treinamento funciona.

Um estudo, coordenado por David Creswell (Universidade Carnegie Mellon), pediu para um grupo de alunos escrever várias vezes sobre situações da vida onde surgiram qualidades importantes, como criatividade e independência. Isso ajudaria a melhorar a imagem que tinham de si. O resultado mostrou que esses estudantes se saíram melhor nas provas do que os que não fizeram exercícios para aumentar a autoestima.

Metástase é uma complicação do câncer de ovário

O câncer de ovário é conhecido também como “inimigo silencioso”, isso porque seu diagnóstico muitas vezes é tardio devido a doença não apresentar sintomas específicos. No início podem haver alterações hormonais, mas com o passar do tempo, o crescimento do tumor é notado pelo volume abdominal, desconforto, etc.

A pior complicação do câncer de ovário é a metástase. Por conta da demora no diagnóstico, por ser uma doença pouco sintomática no estágio mais precoce, muitas vezes quando o tumor é encontrado, já está em estágios mais avançados.

O que é metástase e quais os níveis de estadiamento do câncer de ovário?
A metástase é a dispersão do câncer de um órgão para outros, quando as células cancerígenas vão do tumor primário para a corrente sanguínea ou para o sistema linfático, se alojando e desenvolvendo um novo tumor em outros órgãos.

O estadiamento do câncer de ovário, meio de classificar o grau de extensão do tumor, é feito com base no que é encontrado na cirurgia de ressecção do ovário, a não ser que estejam presentes metástases à distância (espalhando para outros órgãos), quando são observadas em exames de imagem.

Estádio I – Tumor restrito aos ovários.
Estádio II – Tumor limitado à pelve.
Estádio III – Tumor que se estende para o peritôneo além da pelve ou apresenta metástases em linfonodos.
Estádio IV – Metástase à distância.

Qual o tratamento para o câncer de ovário metastático?
Geralmente quando ocorre a metástase o câncer pode ser tratado com quimioterapia, radioterapia, terapia hormonal, biológica, cirurgia, criocirurgia (método cirúrgico que utiliza gases em baixas temperaturas), ou uma combinação destes tratamentos. Isso vai depender do tipo de câncer, das condições de saúde do paciente, tipos de tratamento pelos quais já passou, além do tamanho e localização da metástase.

Referências:
http://www.accamargo.org.br/tudo-sobre-o-cancer/ovario/30/

http://www2.inca.gov.br/wps/wcm/connect/tiposdecancer/site/home/ovario

http://www.inca.gov.br/conteudo_view.asp?ID=54



Mitos e verdades sobre o câncer de ovário

A médica oncologista Ana Carolina Gifoni, membro do Comitê de Oncogenética da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) e presidente ...