Nos últimos 4 anos, tenho vivido como se estivesse com uma arma engatilhada e apontada para a minha cabeça...A cada início de um novo dia agradeço a Deus e ao final de cada dia dou um suspiro de alívio: Ufaaaaa, mais um dia viva e bem....
Além do diagnóstico, que é bem difícil, tenho que lidar frequentemente com a perda de amigas que tenho conhecido nessa caminhada e a lidar também com a "expectativa" alheia em relação a como devo me comportar, que postura devo ter diante dessa grande "surpresa" em minha vida. Sinto até que certas pessoas acompanham a minha estória como se acompanhassem uma novela mexicana...e eu sou a mocinha desse dramalhão....rsrsrs
Sabem de uma coisa? Eu não sou nenhuma mulher maravilha e nem tampouco mais forte do que qualquer outra pessoa...Somente tive que escolher entre "entregar-me ou viver"...
Muitas pessoas me perguntam se o ca trouxe alguma coisa de positiva para a minha vida, o que mudou (aliás, perguntam-me isso o tempo todo)! Acho que esperam que eu lhes diga que fiquei mais boazinha, mais otimista, mais santa, mais calma, mais tanta coisa...
Dos destroços do ca surgiu uma "nova" mulher, sem dúvida alguma! Na verdade, uma mulher que sempre esteve escondidinha dentro de mim e que está se revelando aos poucos...
Uma mulher cheia de sonhos, cheia de vontades, cheia de ânsia por viver, muito mais verdadeira consigo mesma...
Continuo tão humana quanto antes....com qualidades, defeitos, vícios e manias! Apenas fiz as pazes com alguns "inhos" e "inhas", pois tudo se tornou tão pequeno diante da imensidão da vida!