sábado, 18 de julho de 2015

Um exército de mulheres guerreiras...


Mulheres Guerreiras são tantas. As que saem para trabalhar fora, as que ficam em casa para cuidar dos filhos, as que estudam, as semianalfabetas, as doutoras, as cheias de filhos e as que não tem nenhum. As mães, as esposas, as filhas, as sogras, as noras, as cunhadas, as avós, as bisas, as irmãs e acima de tudo as irmãs-amigas. Senão de sangue, de consideração, apoio, carinho, apego e paixão. E é justamente dessas irmãs-amigas que eu vou falar.
Fiz muitas amigas virtuais durante essa minha jornada após o diagnóstico do câncer. Algumas delas tive a grande oportunidade de conhecer pessoalmente. Como já disse anteriormente, há três anos, criei um grupo no facebook chamado SOMOS MAIS QUE VENDEDORAS. Um grupo onde todas temos em comum uma estória de câncer, de luta, de determinação, de aprendizado, de vontade de vencer! Nesse grupo compartilhamos a nossa estória e temos a certeza de que não estamos sozinhas! São todas mulheres guerreiras, que lutam para sobreviver e para superar todos os traumas, medos e incertezas causadas por esse diagnóstico tão cruel.
No decorrer desses três anos, convivi com muitas delas, minhas irmãs-amigas, e criamos um laço de amizade e de carinho indescritível. Cuidamos, rimos, choramos, damos esperança e torcemos umas pelas outras...
Não é fácil quando alguma delas resolve partir. Já tivemos muitas baixas, mas não perdemos a esperança...Essas perdas, causam dor e saudade e, ao mesmo tempo, despertam em nós a vontade de não sermos somente guerreiras, mas VENCEDORAS! 

sexta-feira, 3 de julho de 2015

Câncer de Ovário: um mal sussurrante!


Olá queridos leitores, tudo bem com vocês?
Comigo está tudo bem, Graças a Deus! Seguindo somente com o acompanhamento,  e isso não poderia me deixar mais feliz!
Vocês devem ter percebido que alterei o nome do blog de Câncer de Ovário: Um mal silencioso, para Câncer de Ovário: Um mal sussurrante...
Vocês devem estar se perguntando, por que alterei o nome?
Darei a resposta:
Em 08 de maio de 2015, em razão do dia internacional do combate ao ca de ovário, participei de um encontro promovido pelo Oncoguia, no qual esteve presente a Dra. Solange Sanches, titular do Departamento de Oncologia Clínica do Hospital A.C. Camargo Cancer Center.
Na ocasião, a oncologista dra. Solange explicou sobre a doença que pode atingir qualquer mulher, principalmente após a quinta ou sexta década de vida. “O câncer de ovário não é uma doença silenciosa, mas sussurrante. Diferentemente do câncer de colo de útero que você pode fazer um papanicolau para conseguir diagnosticar, ou um câncer de mama, para o qual existe a mamografia, no caso do câncer de ovário as opções são extremamente limitadas.”
Explicou ainda que os sintomas do câncer de ovário podem ser confundidos com outros distúrbios, tais como as doenças gastrointestinais e disse que “A grande maioria das pacientes sempre chega para a gente com uma endoscopia nas mãos. Não que esteja errado, pois se ela começa a sentir um “estufamento”, ela resolve procurar um gastro. Mas é importante que os médicos notem que, se eles não descobrem nada, é necessário pensar em outras possibilidades e não ficar insistindo num único tratamento.”
Desta forma, se a mulher sentir um, ou mais, dos sintomas seguintes na maioria dos dias e por um período de três semanas, deverá discutir as preocupações com o seu médico:

• Aumento do volume abdominal / inchaço contínuo (não é o inchaço casual)
• Dificuldade de comer / sensação de plenitude
• Dor abdominal ou pélvica
• Necessidade urgente e frequente de urinar

É muito provável que as mulheres com câncer de ovário tenham com frequência um ou mais dos sintomas acima mencionados. Também podem ocorrer outros sintomas, como por exemplo: mudança nos hábitos intestinais, sangramento vaginal anormal, cansaço e perda ou aumento inesperado de peso (neste caso, em redor do abdômen). Todavia, tais sintomas são menos úteis quando o médico está tentando determinar se a causa deve-se, ou não, ao câncer de ovário.

Os casos de 'cura milagrosa’ que ajudam a ciência a combater o câncer

David Robson
Da BBC Future
26 março 2015

O caso deixou boquiabertos todos os envolvidos: uma mulher de 74 anos começou a apresentar uma irritação na pele que não melhorava. Quando finalmente procurou um hospital, parte de sua perna direita estava coberta de nódulos. Os testes confirmaram que se tratava de um carcinoma, um tipo de câncer de pele.
Por causa da maneira como os tumores estavam espalhados, a radioterapia não seria eficiente. E os médicos não poderiam removê-los. Alan Irvine, oncologista responsável pelo tratamento da paciente no Hospital St. James, em Dublin, na Irlanda, lembra que a amputação parecia ser a única opção viável, mas por causa da idade da paciente, seria difícil que ela se adaptasse bem a uma prótese.
"Decidimos simplesmente esperar e pensar em outras possibilidades, mesmo sabendo que haveria muito sofrimento pela frente", conta.
Foi aí que o "milagre" começou: apesar de não terem sido tratados, os tumores diminuíram e murcharam até desaparecerem completamente. Depois de 20 semanas, a paciente estava curada. "Não tínhamos dúvida alguma de que o diagnóstico estava correto, mas depois disso nada aparecia nas biópsias ou nos exames de imagem", diz o médico. "O caso mostra que é possível para o corpo combater o câncer, mesmo que isso seja incrivelmente raro."
A questão é: como? A paciente de Irvine acredita ter sido a "mão de Deus". Mas cientistas estão estudando a biologia por trás da chamada "regressão espontânea" para buscar pistas que possam fazer casos de autocura algo mais comum.
Cientistas buscam pistas de como sistema imunológico pode ser incentivado a destruir tumores
Em tese, nosso sistema imunológico deveria perseguir e destruir células que sofrem mutações antes que elas comecem a evoluir para um câncer. Mas às vezes essas células conseguem passar despercebidas, reproduzindo-se até formarem um tumor.
Até o câncer ser detectado pelos médicos, é altamente improvável que o paciente consiga se recuperar sozinho: acredita-se que apenas um em cada 100 mil pacientes pode se livrar da doença sem receber tratamento.
Mas entre esses raríssimos casos há algumas histórias realmente inacreditáveis. Um hospital da Grã-Bretanha, por exemplo, recentemente tornou público o caso de uma paciente que descobriu um tumor entre o reto e o útero pouco antes de saber que estava grávida. A gestação correu bem e o bebê nasceu saudável. Quando ela se encaminhava para o doloroso tratamento para o câncer, seus médicos notaram, com muito espanto, que o tumor desapareceu misteriosamente durante a gravidez. Nove anos depois, a mulher não apresenta nenhum sinal de recaída.
Casos semelhantes de recuperação extraordinária foram observados em muitos tipos de câncer, inclusive em formas mais agressivas como a leucemia mieloide aguda, que provoca o crescimento anormal dos glóbulos brancos do sangue.
"Um paciente que não receba tratamento pode morrer em poucas semanas ou até em uma questão de dias", conta Armin Rashidi, da Universidade Washington, em St. Louis. Ele, no entanto, encontrou 46 casos em que essa doença regrediu sozinha. "É possível que 99% dos oncologistas digam que isso é impossível de acontecer", afirma Rashidi, que escreveu um artigo sobre o assunto com o colega Stephen Fisher.

Como a Evolução explica o seu cansaço
Crianças que se salvam
Por outro lado, é surpreendentemente comum ver crianças se recuperando do neuroblastoma, um tipo de câncer infantil, oferecendo algumas das melhores pistas sobre o que pode acarretar a regressão espontânea.
Esse tipo de câncer surge com tumores no sistema nervoso e nas glândulas. Se ele se espalhar, pode levar ao aparecimento de nódulos na pele e pólipos no fígado, e o inchaço do abdômen dificulta a respiração.
Trata-se de uma doença muito desgastante, mas ela pode desaparecer tão rapidamente como surgiu, mesmo sem intervenção médica. Na realidade, para bebês com menos de 1 ano, a regressão é tão comum que muitos médicos evitam realizar a quimioterapia imediatamente, na esperança de que os tumores diminuam por conta própria.
"Cuidei de três casos com metástases impressionantes, mas apenas observamos os pacientes e eles se recuperaram", lembra Garrett Brodeur, do Hospital Infantil da Filadélfia.

Por dentro da mente em estado vegetativo
Para evitar o sofrimento dessa espera, Brodeur está buscando entender os mecanismos por trás do desaparecimento de um câncer. "Queremos desenvolver agentes específicos que possam iniciar a regressão para não termos que esperar que a natureza tome seu rumo ou que 'Deus' decida", afirma o médico.
Até agora, Brodeur conseguiu boas evidências. Uma delas é de que as células em tumores de neuroblastoma parecem ter desenvolvido a capacidade de sobreviver sem o fator de crescimento nervoso (NFG, na sigla em inglês), o que permite que elas se reproduzam bem em locais do corpo onde não há o NFG.
A remissão espontânea pode ser provocada por uma mudança natural nas células tumorais, talvez envolvendo os receptores que se ligam ao NFG. Isso pode fazer com que as células percam esse nutriente essencial e não consigam sobreviver.
Se isso for verdade, um medicamento que consiga atuar nesses receptores seria capaz de iniciar a recuperação em outros pacientes, sem os indesejáveis efeitos colaterais provocados por tratamentos mais tradicionais para o câncer.

O poder da infecção
Uma das alternativas estudadas é infectar pacientes com doenças tropicais, como a dengue
Infelizmente, recuperações inesperadas de outros tipos de câncer foram menos estudadas. Mas algumas evidências conhecidas hoje foram descobertas há mais de 100 anos por um médico americano pouco conhecido.
No século 19, William Bradley Coley se surpreendeu quando um paciente que tinha um enorme tumor no pescoço se curou completamente quando pegou uma infecção na pele e teve febre alta.
Coley testou o princípio em alguns outros pacientes e descobriu que, ao infectá-los deliberadamente com bactérias, ou tratando-os com toxinas segregadas por micróbios, tumores impossíveis de serem retirados cirurgicamente foram destruídos.
Será que uma infecção seria uma maneira de estimular a remissão espontânea? Análises recentes dão apoio à ideia. O estudo de Rashidi e Fisher descobriu que 90% dos pacientes que se recuperaram de leucemia tinham sofrido alguma outra doença, como pneumonia, antes do desaparecimento do câncer.
Outros artigos mostraram que tumores sumiram depois de casos de difteria, gonorreia, hepatite, gripe, malária, sarampo e sífilis.
Mas não são os germes sozinhos que provocam a cura: a infecção é quem provoca uma resposta imunológica que torna o ambiente inóspito para o tumor. O aquecimento provocado pela febre, por exemplo, pode tornar as células cancerígenas mais vulneráveis ou até fazer com que elas "se suicidem".
Ou talvez seja importante o fato de que quando estamos lutando contra uma bactéria ou um vírus, nosso sangue está saturado de moléculas inflamatórias que agem como uma "convocatória" para os macrófagos do organismo, transformando essas células imunes em guerreiros que matam e engolem micróbios – e potencialmente o câncer.
Ao mesmo tempo, essas células podem estimular outras do sistema imunológico a reconhecerem as células cancerígenas, e assim atacá-las caso o câncer volte.

Contraindo a cura
Outros cientistas estão avaliando uma linha de combate mais radical. Uma das abordagens é deliberadamente contaminar um paciente de câncer com uma doença tropical.
A técnica, desenvolvida pela start-up americana PrimeVax, tem duas etapas: inicialmente, retira-se uma amostra do tumor e coleta-se células dentríticas do sangue do paciente. Essas células ajudam a coordenar a resposta do sistema imunológico a uma ameaça e, ao serem expostas ao tumor em laboratório, elas podem ser programadas para reconhecer as células cancerígenas.
Na segunda etapa, o paciente é contaminado com o vírus da dengue, antes de receber as novas células dendríticas programadas.
Sob supervisão médica, o paciente acaba desenvolvendo uma febre alta e libera moléculas inflamatórias – colocando o resto do sistema imunológico em alerta vermelho.
O tumor passa a ser o alvo principal de um ataque ostensivo das células imunológicas, lideradas pelas células dendríticas. "A febre da dengue derruba e reagrupa o sistema imunológico, fazendo ele assumir com toda a força seu papel de matar células cancerígenas", explica Burce Lyday, da PrimeVax.
A ideia de infectar pacientes vulneráveis com uma doença tropical pode parecer loucura, mas os cientistas argumentam que a dengue, curiosamente, mata menos adultos do que a gripe comum.
E, uma vez que a febre passe, as células programadas vão se manter alertas para o caso de o tumor reincidir. "O câncer é um alvo em movimento. Muitas terapias atacam de apenas uma frente", afirma Lyday.
O cientista espera realizar os primeiros testes com pacientes de melanoma até o fim deste ano.
É claro que todo cuidado é pouco. Como lembra o irlandês Irvine, "a remissão espontânea é uma pequena peça em um quebra-cabeças muito complicado". Mas se esse tipo de tratamento der certo, as implicações são extraordinárias.

Mitos e verdades sobre o câncer de ovário

A médica oncologista Ana Carolina Gifoni, membro do Comitê de Oncogenética da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) e presidente ...