quinta-feira, 14 de maio de 2015

ENCONTRO EM SP DISCUTIU FORMAS DE DESCOBRIR A DOENÇA O QUANTO ANTES

Juliana Conte - repórter do portal Drauzio Varella e do site Vencer o Câncer

Com o intuito de chamar a atenção da população para um dos cânceres ginecológicos mais letais e difíceis de serem diagnosticados, o Instituto Oncoguia promoveu na última sexta-feira, dia 08/05/2015, um chá da tarde com ex-pacientes e especialistas para falar sobre o tumor.

Na ocasião, a oncologista dra. Solange Moraes Sanches, titular do Departamento de Oncologia Clínica do Hospital A.C. Camargo Cancer Center, explicou sobre a doença que pode atingir qualquer mulher, principalmente após a quinta ou sexta década de vida. “O câncer de ovário não é uma doença silenciosa, mas sussurrante. Diferentemente do câncer de colo de útero que você pode fazer um papanicolaou para conseguir diagnosticar, ou um câncer de mama, para o qual existe a mamografia, no caso do câncer de ovário as opções são extremamente limitadas.”

A oncologista explica ainda que os sintomas do câncer de ovário podem ser confundidos com outros distúrbios, tais como as doenças gastrointestinais. “A grande maioria das pacientes sempre chega para a gente com uma endoscopia nas mãos. Não que esteja errado, pois se ela começa a sentir um “estufamento”, ela resolve procurar um gastro. Mas é importante que os médicos notem que, se eles não descobrem nada, é necessário pensar em outras possibilidades e não ficar insistindo num único tratamento.”

Foi o que aconteceu com a funcionária pública Nanci Venturini, que foi diagnosticada com um câncer de ovário no final de 2011. “Me viraram do avesso até conseguirem achar o que eu tinha. Comecei a sentir um desconforto abdominal absurdamente forte que não passava com nada. Resolvi ir ao hospital e me pediram um raio x e um exame de sangue. Com esse resultado me internaram, pois eu estava com suspeita de ascite”, relata.
A partir de então, diversos procedimentos vieram, desde lavagem intestinal até ultrassonografia, tomografia, endoscopia e colonoscopia. Foram realizados exames de marcadores tumorais e o CA 125 revelou-se muito alto. “Sentia a agitação dos médicos, mas ninguém me falava nada. O médico decidiu por uma videolaparoscopia, a qual foi realizada no sexto dia de internação. Após o procedimento, ele informou que tinha sido retirado o meu ovário esquerdo e mais algumas “bolinhas para biópsia, bem como todo o líquido que estava presente em meu abdômen”, explica.

Na semana seguinte, quando retornou ao hospital para retirar os pontos, a enfermeira disse que o médico queria muito vê-la. “Entrei no consultório do médico e ele, sem rodeios, me disse que o resultado da biópsia tinha saído e que se tratava de um câncer de ovário já em estágio bastante avançado, e que o meu abdômen estava tomado de “pintinhas brancas”. Ele rascunhou um encaminhamento para um médico ginecologista/oncologista do próprio hospital e encerrou a conversa dizendo que esperava ainda me ver bem.”

Nanci precisou passar por cirurgia e sessões de quimioterapia e concluiu o tratamento em 2013. “Por isso,  é importante a mulher observar qualquer alteração no corpo dela. Por exemplo, uma dorzinha no baixo ventre que não passa há meses ou um inchaço estranho no abdômen. É fundamental não demorar para procurar ajuda, pois quando diagnosticado a tempo, há chances de tratamento”, enfatiza Solange.

Publicado em 12/05/2015

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