quarta-feira, 24 de setembro de 2014

PRECISO ME AFASTAR POR UNS TEMPOS...

Queridos leitores,
Eu por aqui de novo...

Desde que fui diagnosticada, em 2011, tentei segurar o rojão sozinha, pois não procurei ajuda psicológica...
Tentei eu mesma ir trabalhando o meu estado emocional, mas já não estou mais conseguindo fazer isso sozinha...

Agora, acho que a coisa ficou séria, pois me dei conta que preciso mesmo de ajuda...

Desculpem-me, mas não estou em condições de ajudar a ninguém antes de ajudar a mim mesma...

A vida da gente é assim mesmo, cheia de altos e baixos e, às vezes, a gente pira mesmo... mas se Deus quiser conseguirei superar mais essa!

Precisarei me afastar por uns tempos, mas voltarei quando eu estiver em paz comigo mesma!

Beijos a todos...

Nanci

domingo, 21 de setembro de 2014

MINHA SEGUNDA CHANCE DE ESTAR VIVA!


Li um pensamento de Paulo Coelho que diz: "Escrever é uma maneira socialmente adequada de ficar nu em público."  

Muitas vezes, é assim que eu me sinto quando escrevo a vocês, meus queridos leitores. Tudo o que escrevo é um relato fiel de minha vida e eu, realmente, "me desnudo" a vocês. 
Escrever, foi a forma que encontrei para relatar a minha estória com o câncer, pois quando tento falar com alguém "cara a cara" sobre o assunto, é como se cutucassem em mim uma ferida ainda muito dolorosa, e isso me faz chorar e reviver tudo novamente em minha mente...fico realmente triste! Procuro evitar falar ao vivo sobre o câncer e gostaria muito de poder esquecê-lo, de viver uma vida normal, mas não posso...parece que sempre devo essa VERDADE às pessoas...

E vamos a mais um trecho de minha estória...

Há pouco mais de dois anos, estou em remissão de um câncer, que por pouco não acabou comigo...

Sinto que, após tudo o que passei, o meu corpo mudou e, mais ainda, quanta coisa mudou dentro de mim...Eu costumava ser uma mulher forte, decidida, batalhadora, estudiosa, um ícone, o qual todos admiravam e até invejavam...Depois que adoeci., tornei-me uma pessoa mais dócil,  sensível, sentimental e muito mais frágil que outrora.....e essa fragilidade e sensibilidade, que dificilmente se viam em mim, agora são minha marca registrada. 

Hoje, do nada, meu marido me olhou, eu olhei para ele e comecei a chorar...A primeira coisa que ele me disse foi: "Quero a Nanci de antes de volta"...e eu respondi..."aquela Nanci que você conheceu antes já morreu"...aí, nós dois choramos!

Deus me deu uma nova oportunidade de continuar por aqui, mas não da mesma maneira que eu era antes de tudo acontecer. A cada novo dia eu me descubro.

As cicatrizes, as sequelas psicológicas e também as lições e aprendizados, ficarão para sempre em mim.

Com o câncer,  eu aprendi a buscar mais pela minha felicidade, a tentar não adiar as coisas que desejo fazer, e o que depender somente de mim para acontecer eu vou buscar.

Os empecilhos, imprevistos, intuições, medos, inseguranças aparecem sim, mas eu tento entender hoje o que Deus quer me dizer... sou humana e erro várias vezes essa interpretação, mas se eu acreditar que aquele caminho vai me fazer feliz eu sigo atrás...O máximo que pode acontecer é não dar certo...aí, tentarei buscar por novos caminhos...

Eu nem sei descrever, em palavras, o que é ter estado muito perto da morte, o que é ter ouvido "você está com um câncer em estágio avançado", ou que suas "chances são mínimas"...não sei descrever todo o sofrimento de ter passado por 4 cirurgias, 8 sessões de quimioterapia e por várias internações...

Eu nem sei descrever o medo que antecede e a alegria que sucede cada novo exame de acompanhamento, quando os resultados mostram que está tudo bem comigo!

Eu nem sei descrever o que é ter suportado e ainda estar suportando todas as dores, medos, angústias...

Eu nem sei descrever a força que Deus me deu e tem me dado para enfrentar tudo sozinha...

Pois mesmo com a presença de anjos que ele colocou em meu caminho, o sofrimento é totalmente pessoal e intransferível...

A única certeza que eu tenho é que EU AMO VIVER E QUE GRAÇAS A DEUS EU NÃO FUI EMBORA. 
Resta saber, por que ELE me deu essa segunda chance? Prefiro não mais questionar isso....

quinta-feira, 18 de setembro de 2014






Ninguém falou que seria fácil, mas também ninguém falou que seria impossível!





Queridos,
Acordei com uma vontade muito grande de dividir com vocês a luta que travo desde setembro de 2010. Aliás, luta que não é só minha. Luta que divido com familiares, amigos e outras pessoas portadores de neoplasias.
Hoje fazem quatro anos!
Na manhã do dia 18/09/2010 entrei no hospital para uma cirurgia de apêndice. Saí do centro cirúrgico horas depois com diagnóstico de CA de ovário metastático ( bem avançado).
De verdade, a calma e coragem que brotava de mim surpreendia a todos. Da notícia à primeira quimioterapia passaram-se quinze dias. Lógico chorei muito! Tive muito medo. E acreditava que iria passar muito mal no decorrer do tratamento, qual foi minha surpresa! Veio a primeira quimio e o efeito colateral foi o seguinte: cansaço que me fazia dormir três dias seguidos.
Lembro-me que as quimios eram semanais ( no Rio de Janeiro) e morava em Niterói, todas as semanas eu , meu marido e sempre uma das minhas filhas, atravessávamos a ponte Rio-Niterói. Avistava os navios no porto. O sol brilhando convidando a todos para uma bela viagem. Sempre sonhei viajar de navio. E pensava... Estou numa viagem! Uma viagem que não sei como terminará. Para que ninguém me visse triste, sempre de óculos escuros, eu ficava a olhar para a janela lateral do carro e lágrimas desciam. Não conseguia contê-las.
Era verão e a peruca dava um calor e uma coceira... Afffff
Mas eu chegava para o tratamento sempre arrumadinha e no salto. Engordei 18 quilos no primeiro tratamento. Perdi todas as minhas roupas, pois tinha 60 quilos. Lembro-me que me olhava no espelho e não me via. Era uma outra pessoa.
Lidar com tantas emoções, tantos medos... Literalmente me fez ressurgir!
Ressurgiu uma outra Luciene! Queria viver! Então não poderia me dar ao luxo de chorar, me trancar num quarto e desistir... Queria viver!
Com muita fé! Acreditei na cura! E assim após seis meses de quimiio, fiz uma cirurgia onde para alegria de todos foi constadado a remissão total do câncer.
Que alívio! Esqueci os momentos de tormenta! Estava curada!
Um ano e meio de muita alegria... Estava de volta à vida!
Até que em setembro de 2012, descobrimos o retorno da doença.
Outro golpe! Junto com a recidiva descobri que para a literatura médica não existe mais a palavra cura. E sim o câncer seria tratado como uma doença crônica. O que já é uma benção, pois poderia ser tratada. Triste mesmo é quando não existe mais possibilidade de tratamento.
Mas, na literatura da fé...  A palavra cura existe e me apego a ela com todas as minhas forças.
E veio o tratamento da primeira recidiva. Sucesso! Bem mais fácil que o primeiro tratamento. Perdi os cabelos novamente... Não vou disser que foi fácil mas foi menos difícil. Minha sobrinha raspou meus cabelos. Efeitos colaterais quase nada.
Mudei minha postura diante do tratamento. Não fiquei trancada em casa. Evitava lugares fechados, devido a imunidade. Mas preenchi meus dias me preparando para a formatura da minha filha Carol e a tão esperada festa dos meus 50 anos. Passou rápido da cirurgia da colocação do cateter ao término dos seis ciclos de quimio ( de novembro a março de 2013). Em março, o exame do Pet Scan constatou que essa porcaria de doença havia sumido.
Não acabou!
Este marcador tumoral (CA 125), que é o estresse dos portadores de neoplasias de ovário, não largava do meu pé. Começou a subir em outubro. Mas os exames de imagem não acusavam imagem. Doideira!
Fiz uso da quimioterapia oral para ver se segurava o marcador tumoral, e segurou até julho, pois em agosto foi checado aumento de CA 125 e imagem... Retorno ao tratamento! Desta vez novos medicamentos. E efeitos colaterais diferentes.
Resumindo, na segunda quinzena de outubro realizarei exames para ver se o tratamento está surtindo efeito. Claro que vai estar! Creio!
Uma coisa boa! O cabelo não caiu, mas tá ralinho. Estou achando lindo!
O que trago dentro do coração, deste resumo da ópera que acabei de descrever?
- Desistir não vou!
- Acreditar sempre que Tudo Posso Naquele Que Me Fortalece! Deus!
- Solidariedade e amor curam!
- Cantar espanta os males!
- AMOR é o que me move! E desta forma seguirei... Se eu posso! Muitos podem!

Ah! Também tenho meus ataques, tá!? Sou normal! Rsss
E para terminar:  Força, foco e fé!
Sou brasileira não desisto nunca!

Beijos, 

Luciene. (Lú)


quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Quem dera eu pudesse me esquecer das coisas...


Procuro esquecer-me das coisas por mera necessidade, mas são apenas flashes de esquecimento...

A lembrança de que um dia eu tive câncer, ou de que um dia eu possa ter recidiva, são pensamentos que me acompanham constantemente...quando acordo pela manhã, quando vou dormir...às vezes, até em meus sonhos...

Convivo com a "carga" de quem teve câncer e resolveu se engajar no combate ao mesmo! Mas tudo tem o seu preço, não?

Sou quase que "obrigada" a me recordar, diariamente, da minha condição de "paciente com câncer de ovário"...isso, pelo simples fato de eu ter abraçado uma causa (o combate e prevenção ao ca de ovário) e ter me tornado uma pessoa praticamente "pública", além de referência no assunto...

Para poder esquecer essa minha "condição" e para aliviar a minha mente, procuro por "válvulas de escape" que, supostamente, me ajudam a ter uma vida pós-câncer...mas não tem sido tarefa das mais fáceis. Muitas vezes, acabo metendo os pés pelas mãos em busca do meu norte...

Essas "válvulas de escape" me ajudam a FUGIR da minha realidade! 

Lí uma vez esse pensamento:
"Não sei quem inventou que é preciso ser a gente mesmo o tempo todo, que não se pode diversificar. Se fosse assim, não existiria o teatro, o cinema, a música, a escultura, a pintura, a poesia, tudo o que possibilita novas formas de expressão, além do script que a sociedade nos intima a seguir: nascer-estudar-casar-ter filhos-trabalhar-e-morrer..." 

...e, baseando-me no mesmo, acabo criando várias "facetas" de mim mesma, para poder conviver com um "EU" mexido, remexido, revirado e transformado!

...mas, de uma coisa eu tenho certeza...
Assim,  como a minha amiga Lú costuma dizer, "A mulher que renasce dos destroços do câncer é uma mulher que curte a vida. Ama a vida! Que quer viver muito! É uma mulher que tem um olhar diferenciado para a humanidade. É uma mulher muito mais sensível e que se emociona facilmente, até com propagandas de televisão"...rsrsr



terça-feira, 2 de setembro de 2014

Muitas ações para combate ao câncer de ovário!

Olá leitores, tudo bem com vocês? Comigo, não poderia estar melhor...
Muito feliz, pois o blog atingiu mais de 100.000 visualizações e muita gente tem se mobilizado para conscientizar a população feminina quanto ao câncer de ovário, esse mal ainda silencioso!

Vejam as mais recentes ações promovidas por tanta gente engajada nessa luta:

Dia 29 de agosto, Construindo a Jornada da Paciente com Câncer de Ovário, um evento idealizado por Luciana Holtz (presidente do instituto Oncoguia) e sua maravilhosa equipe, com pacientes de ca de ovário!

Foto: Construindo a Jornada da Paciente com Câncer de Ovário com mulheres incríveis! Tarde de muito aprendizado para todo mundo aqui no Oncoguia. 

Nosso agradecimento todo especial às queridas Mariana Sória, Sheila Sara, Elisangela Pereira, Mariana Mazzuco, Nanci Venturini, Juliana Vasconcelos, Mônica Oliveira e Georgia Biener.

Dia 30 de agosto - Ação do Combate ao Câncer de Ovário - CCO, no Instituto Dom Bosco, pelo Dia da Cidadania - Sulamérica Seguros.






Matéria na Rede Futura sobre o Câncer de Ovário, com a participação de Combate ao Câncer de Ovário e Rede Internacional Oncovida
https://www.youtube.com/watch?v=qzA29VWk4fI


Mitos e verdades sobre o câncer de ovário

A médica oncologista Ana Carolina Gifoni, membro do Comitê de Oncogenética da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) e presidente ...