sexta-feira, 2 de maio de 2014

Será que estou com Transtorno de Estresse Pós-traumático???


Após o diagnóstico bombástico de que eu tinha um ca de ovário em estágio avançado, após o longo tratamento, e após eu saber que minhas chances de sobrevivência em 5 anos poderiam ser de 20%, comecei a perceber uma alteração em meu comportamento. Percebi maior dificuldade para dormir, para me concentrar, maior ansiedade, medo constante de recidiva, estados de euforia intercalados com estados de irritabilidade e tristeza, excitabilidade exagerada e busca frequente por alguma coisa que me dê prazer (comida, chocolate, sexo, atividade física...)! Muitas vezes não me reconheço...
Não procurei ainda ajuda médica, mas procurei no Dr Google quais as possíveis causas para tal comportamento e descobri que pode existir o estresse pós-traumático após o câncer, pois o seu diagnóstico pode deixar cicatrizes psicológicas duradouras, semelhantes às causadas pela guerra! 

Pretendo consultar um médico para ter certeza desse diagnóstico, pois acaba sendo difícil para mim e para as pessoas que convivem comigo lidar com tal situação! Segue o que encontrei:

Segundo Janoff-Bulman (1999), logo após uma experiência aversiva, o indivíduo entra em um estado de desintegração psicológica, no qual pouco sente ou reconhece da ameaça representada pelo trauma. Ou seja, negação e entorpecimento caracterizam sua condição. Em caso de traumas graves, as estratégias usuais de recuperação psicológica podem não mais ser eficazes, sendo necessário um período de descanso em que a pessoa viva de forma a exigir pouco de seu self (Baumeister, Faber, & Wallace, 1999). Apesar dos estudos anteriores terem focalizado a adaptação psicológica e a identificação de sequelas físicas e psicológicas, as pesquisas passaram, efetivamente, a avaliar riscos de estresse pós-traumático entre sobreviventes ao câncer e seus familiares após a inclusão dessa experiência como evento traumático pela American Psychiatric Association (2000) no Manual Diagnóstico e Estatístico de Desordens Mentais, DSM-IV, em 1994. Assim, a partir de 1996, percebe-se uma forte tendência para a condução de investigações sobre Transtorno de Estresse Pós-Traumático - TEPT (Resende & Araujo, 1999).
Vale lembrar que o TEPT apresenta duas características principais, que são o evento traumático, definido como "exposição a um evento que envolva a ocorrência ou a ameaça consistente de morte ou ferimentos graves para si ou para outros, associada a uma resposta intensa de medo, desamparo, ou horror" (Figueira & Mendlowicz, 2003, p. 12); e as três dimensões de sintomas que se desenvolvem a partir desse evento, ou seja: a) o evento traumático é persistentemente revivido (ex.: pesadelos, recordações aflitivas, recorrentes e intrusivas); b) esquiva persistente de estímulos associados ao trauma e entorpecimento da responsividade geral; e c) sintomas persistentes de excitabilidade aumentada, incluindo hipervigilância, dificuldades de concentração e irritabilidade.

Mais de uma década depois de terem recebido a notícia de que estavam doentes, cerca de 4 em cada 10 sobreviventes de câncer disseram que estavam atormentados pelos sintomas do estresse pós-traumático, disse Sophia Smith, do Duke Cancer Institute, em Durham, nos Estados Unidos.
Os sintomas incluíam ser super agitado, ter pensamentos perturbadores sobre o câncer e seu tratamento ou sentir-se emocionalmente insensível para com os amigos e familiares.
Um em cada dez pacientes também afirmaram evitar pensar sobre seu câncer e um em cada vinte disse que evitou situações ou atividades que lhes lembrasse da doença, uma situação que possivelmente se tornaria um problema médico.
"Você se preocupa se o paciente está evitando os cuidados médicos, você se preocupa com o fato de que eles podem não estar recebendo acompanhamento. Nós não temos dados para suportar isso, mas nos preocupamos com isso", Smith disse à Reuters Health.
O estudo baseia-se em uma pesquisa com 566 pacientes com linfoma não-Hodgkin, um tipo relativamente comum de câncer.
A equipe de Smith tinha pesquisado estes pacientes para sintomas de transtorno do estresse pós-traumático uma vez antes, estimando que cerca de 1 em cada 12 deles tinha a forma totalmente desenvolvida do transtorno. O diagnóstico envolveu um trio de sintomas, incluindo excitação, fuga e flashbacks.
Muitos mais tinham um ou mais sintomas de transtorno do estresse pós-traumático, no entanto. O último levantamento também mostrou que muitos casos persistem.
No geral, metade dos pacientes não tinham quaisquer sintomas de transtorno do estresse pós-traumático dentro de 13 anos após seu diagnóstico. Os problemas desapareceram em 12%, mas permaneceram ou pioraram em 37%.
"Este estudo descobriu que as pessoas pareciam ter um transtorno do estresse pós-traumático pior depois. É muito estressante que as pessoas sejam informadas de que têm câncer. Você não pode simplesmente fingir que elas se sentem mal agora, mas que vai passar", disse Bonnie Green, um especialista em trauma da University of Georgetown que foi pioneiro no estudo do estresse pós-traumático em sobreviventes de câncer de mama.
Ela ressaltou que é apenas uma minoria dos pacientes que desenvolvem a forma mais forte de transtorno do estresse pós-traumático, mas acrescentou que a depressão é comum após um diagnóstico de câncer.

6 comentários:

  1. Oi Nanci,

    Deve ser bem difícil mesmo lidar com essas ansiedades. De fato é traumatizante. Torço muito para que você fique bem.
    Sua recompensa é grande nos céus e Deus abençoa 1000 vezes mais aqueles que passam por provações e não perdem sua fé
    Hoje sua torcida é beeeeeeeeeeeem maior. Vc tem muitos fãs rsrs.
    Seu exemplo anima e impulsiona as pessoas.

    beijos e fica firme minha querida
    Chris

    PS aaaaaaaaahhh amanha vou passar na cirurgiã, depois te conto ... ai ai ui ui como diria Silvio Santos rsrsrs

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    1. Oi Chris, tudo bem amiga?
      Mais uma vez agradeço-lhe o apoio e o carinho!
      Eu também te desejo boa sorte e, nem preciso te dizer para ter fé (sei que vc tem de sobra), pois tudo dará certo!
      Bjs e fique com Deus!
      Nanci

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  2. Oi Chris, tudo bem amiga?
    Mais uma vez agradeço-lhe o apoio e o carinho!
    Eu também te desejo boa sorte e, nem preciso te dizer para ter fé (sei que vc tem de sobra), pois tudo dará certo!
    Bjs e fique com Deus!
    Nanci

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  3. Oi Nanci. Estou passando por problema idêntico ao seu. Apesar de meu tratamento ter terminado em fevereiro deste ano e fazer 40 dias que fiz meus exames, sinto medo constantemente. Por favor, se vc for ao medico e fizer algum tratamento para esses sintomas, compartilhe no seu blog. Obrigada. Daniela Poppi.

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    1. Olá Daniela,
      Acredito que esse seja um sintoma comum a todas nós que possamos por esse trauma!
      Tenho receio de ir ao médico e ele me prescrever aqueles medicamentos horrorosos para ansiedade, para depressão... Procurarei viver um dia de cada vez e, com certeza, aprenderei a conviver com esse fantasma! Bjs e fique com Deus. Ah, participe de nosso grupo no facebook SOMOS MAIS QUE VENCEDORAS!

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  4. Olá Daniela,
    Acredito que esse seja um sintoma comum a todas nós que possamos por esse trauma!
    Tenho receio de ir ao médico e ele me prescrever aqueles medicamentos horrorosos para ansiedade, para depressão... Procurarei viver um dia de cada vez e, com certeza, aprenderei a conviver com esse fantasma! Bjs e fique com Deus. Ah, participe de nosso grupo no facebook SOMOS MAIS QUE VENCEDORAS!

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