sábado, 29 de dezembro de 2012

CÂNCER DE OVÁRIO PODE SER DIAGNOSTICADO MAIS CEDO


O tumor mais letal a atingir as mulheres já pode ser diagnosticado mais cedo. Um documento assinado por 40 organizações americanas reconhece que esse câncer tem, sim, alguns sintomas, muitas vezes ignorados por médicos e pacientes. Manter-se atenta aos sinais emitidos pelo corpo pode fazer a diferença.

Por Cristina Nabuco

Ele tem fama de matador silencioso. Embora corresponda a no máximo 4% dos tumores malignos que afetam as mulheres - incidência bem inferior à do câncer de mama -, o câncer de ovário provoca mais estragos. É uma das principais causas de morte feminina nos países industrializados (a quarta na Grã-Bretanha, a quinta no Canadá) porque, em 80% dos casos, o diagnóstico da doença é feito em estágio muito avançado, quando as células malignas já se espalharam pela cavidade abdominal e as chances de cura são menores. Os índices de sobrevivência poderiam pular de 30 para 90% com a descoberta precoce desse mal. Por isso, os cientistas estão em busca de um teste de rastreamento equivalente à mamografia, que identifica o tumor de mama em estágios iniciais. A boa notícia é que os pesquisadores enxergam uma luz no fim do túnel: os sintomas do câncer de ovário podem ser percebidos mais cedo do que se supunha. 

Os trabalhos de Barbara Goff, diretora de oncologia ginecológica da Universidade de Washington, nos Estados Unidos, contestam a tese de que os sinais só aparecem tardiamente. Em janeiro, ela publicou um artigo sobre o tema na revista científica CANCER, o que conduziu a uma nova conduta na área médica. No dia 25 de junho, organizações lideradas pela Fundação do Câncer Ginecológico, pela Sociedade dos Oncologistas Ginecológicos e pela Sociedade Americana do Cân cer formalizaram um consenso atualizado sobre a doença.

O documento destaca que quatro sintomas podem levar a mulher a pesquisar a presença do câncer de ovário: inchaço ou aumento do volume abdominal, dor pélvica ou abdominal, dificuldade para comer ou sensação rápida de saciedade e alterações urinárias, como a necessidade urgente ou freqüente de ir ao banheiro. Apresentá-los quase diariamente por mais de três semanas justifica uma ida ao médico, sobretudo quando sinalizarem mudança no estado habitual de saúde. "Não queremos assustar as pessoas", disse Barbara Goff em entrevista ao jornal THE NEW YORK TIMES. Esses sintomas podem ter outras causas, inclusive benignas, mas ela adverte: O câncer de ovário é uma hipótese a ser considerada".

É justamente aí que está o problema. "Os médicos nem sempre valorizam as queixas e perdem oportunidades de antecipar a descoberta do tumor", afirma ela. Ao estudar 1,7 mil pacientes com câncer de ovário, Barbara verificou que 36% tiveram um diagnóstico inicial equivocado, atribuído a depressão ou stress, entre outros problemas. Pior: 12% ouviram que não tinham nada de errado e que a origem de seu mal-estar era de ordem psicológica. "A expectativa é que o consenso firmado em junho levante a suspeita de câncer mediante essas queixas, em geral colocadas em segundo plano", informa Agliberto Barbosa de Oliveira, presidente da Sociedade Brasileira de Ginecologia Oncológica (Sobragon). "Isso deve estimular o encaminhamento para o ginecologista oncológico, especialista mais habilitado para reconhecer e tratar o tumor, e possibilita maior número de diagnósticos precoces."

Ainda é cedo para saber se a lista de sintomas conseguirá reduzir a mortalidade por câncer de ovário ou se, na outra ponta, levará a uma enxurrada de exames e cirurgias desnecessárias, avalia Jesus Paula Carvalho, professor da Faculdade de Medicina da USP e chefe do grupo de Câncer Ginecológico do Hospital das Clínicas de São Paulo, "mas é um método válido enquanto não dispomos de opção melhor, como um teste para detectar o câncer de ovário em estágio mais precoce: antes que manifeste qualquer sintoma".

Conheça o inimigo
O termo câncer de ovário é uma espécie de guarda-chuva sob o qual se abrigam diversas doenças. A mais freqüente delas, o carcinoma de ovário, é também uma das mais agressivas: surge após a menopausa, embora comece a se desenvolver anos antes. Os tumores de células germinativas afetam sobretudo adolescentes e mulheres mais jovens. Já os de cordões sexuais e os borderline (de baixo potencial de malignidade ou limítrofes) podem surgir em qualquer idade. Os prognósticos são melhores para os borderline, que acabam curados em mais de 90% dos casos.

Como se faz o diagnóstico?
Pelo exame ginecológico, palpação abdominal e toque vaginal, por meio de imagens colhidas por ultra-som, se possível endovaginal, tridimensional e com doppler (que mostra o fluxo de sangue no local, o que fornece pistas para os médicos), e pelo marcador tumoral CA 125, teste sanguíneo que dosa uma proteína produzida pelo câncer. Mas, embora seja útil para acompanhamento de tumores, o marcador não é muito confiável para diagnóstico inicial, avisa Agliberto Oliveira.

Cistos de ovário podem virar câncer?
Felizmente não, porque uma em cada três mulheres em idade reprodutiva forma esses "sacos" cheios de líquido. Mais de 80% constituem acidentes de percurso sem maiores conseqüências, por isso recebem o nome de cistos funcionais. Contudo, nem sempre é fácil distinguir um cisto inofensivo de um tumor maligno. Certas características avistadas no ultra-som aumentam a suspeita de câncer, informa o médico Jesus Carvalho: conteúdo sólido e líquido, presença de múltiplas cavidades e formação de uma rede de vasos no local. A confirmação requer uma biópsia, isto é, uma análise microscópica de amostras do cisto.

É possível fazer punção ou uma cirurgia não invasiva para coletar esse material?
Na suspeita de câncer de ovário, tanto a punção (aspiração do conteúdo com agulha) quanto a cirurgia por via laparoscópica devem ser descartadas. Há perigo de disseminar as células malignas, facilitando o aparecimento de novos focos do tumor. Se os indícios forem fortes, recomenda-se uma cirurgia exploratória.

Como é o tratamento?
O principal é a cirurgia para remoção dos tecidos, que será mais ou menos radical conforme o tamanho e a agressividade do tumor. Leva-se também em conta a idade da paciente. Se ela não tiver filhos, procura-se preservar o outro ovário e o útero, desde que não haja risco de vida. Do contrário, pode-se congelar óvulos ou fragmentos sadios do ovário para uso futuro em fertilizações assistidas, sugere Agliberto Oliveira. O tratamento envolve, ainda, quimioterapia, emprego de fármacos contra as células tumorais. Pode ser feita após a cirurgia, antes (se a intenção é reduzir o tamanho do tumor para aplicar uma técnica mais conservadora) ou durante. A quimioterapia intra-operatória é um método experimental em que as drogas são injetadas dentro do abdome, em temperatura normal ou elevada, para destruir células malignas.

Quais são os fatores de risco?
Histórico pessoal de câncer de mama (os dois tumores podem se originar da mesma mutação genética) e antecedente familiar (quem apresenta casos na família pode herdar uma predisposição para a doença). Mas, atenção, apenas 10% dos tumores são de origem genética. Os demais estão relacionados à exposição a agentes tóxicos (cigarro, agrotóxicos e uso regular de talco nos genitais) e estilo de vida, como mudanças na alimentação e em especial nos hábitos reprodutivos. É bom lembrar que, no início do século 20, a mulher menstruava apenas 50 vezes na vida, porque casava cedo, tinha muitos filhos e passava longos períodos amamentando. Agora menstrua mais de 350 vezes porque retarda a gravidez, tem poucos filhos e amamenta menos. "O câncer de ovário está relacionado ao número excessivo de ovulações", explica Jesus Carvalho.

Pílula anticoncepcional previne o tumor?
Considera- se que ela tem efeito protetor porque suprime a ovulação. O emprego de pílula por mais de cinco anos faz a incidência de câncer de ovário cair 60%. A terapia de reposição hormonal tem o mesmo efeito protetor? Não, porque nessa fase os ovários já encerraram a atividade. O que dá resultado é inibir a ovulação. Existe a suspeita de que a reposição hormonal cause alguns tipos de tumores mais raros. Drogas para induzir a ovulação podem provocar o câncer? O citrato de clomifeno, empregado em tratamentos de fertilização assistida, foi colocado no banco de réus por hiperestimular os ovários e também porque se observaram vários casos entre as usuárias. Porém, trabalhos recentes sugerem que o ovário dessas mulheres já era mais propenso ao câncer antes mesmo de travar contato com a droga. O que fazer quando a mulher sabe que corre risco por ser portadora de mutações genéticas? A probabilidade de ter um câncer de ovário chega a 60% para quem possui mutações nos genes BRCA 1 e BRCA 2. Pode-se cogitar um acompanhamento rigoroso, uso de contraceptivos orais ou uma medida mais drástica: a retirada preventiva dos ovários. Estudos detectaram o câncer em 2,5% dos ovários aparentemente saudáveis e assintomáticos removidos por precaução, informa Jesus Carvalho. O cuidado se justifica, já que o câncer de ovário é um dos mais devastadores. Daí se entende porque o aparecimento de uma pequena luz no fim do túnel foi suficiente para mobilizar tantas organizações.

DEPOIMENTO: Quase pirei pensando que entraria na menopausa e nunca teria um filho

 "Aos 23 anos, tive um atraso menstrual. Culpei o stress e não dei bola. Mas, quando percebi que o atraso já durava dois meses e vi minha barriga inchada, entrei em pânico. Achei que estava grávida. O ginecologista pediu exames que encontraram um tumor do tamanho de uma laranja no meu ovário direito. Teria que ser operada, fazer biópsia e, conforme o resultado, talvez até tirar o útero. Tumor? Cirurgia? Biópsia? Assim de repente? Eu não podia acreditar... Afinal, eu me considerava tão saudável que nem fazia exames ginecológicos de rotina. Passei por cinco médicos e não havia escolha. Marquei a cirurgia. Extraíram o ovário e a trompa direita. Levei 40 pontos internos e fiquei com uma cicatriz horrível, vertical, de 18 centímetros na barriga - a médica explicou que não dava para fazer um corte pequeno e horizontal como o da cesariana porque tinha de pegar o tumor com as mãos, tomando cuidado para não estourar e vazar o conteúdo. Se eu tivesse descoberto mais cedo, talvez não fosse necessário um corte tão grande. A biópsia mostrou que não era dos mais agressivos, mas do tipo borderline. Não precisei de quimioterapia. A orientação foi tomar pílula para dar descanso ao ovário remanescente e a cada três meses fazer exames de acompanhamento. Nunca mais apareceu qualquer sinal da doença. Casei, trabalhei, viajei. Agora quero ter um filho.
PAOLA DEL MÔNACO, 32 ANOS, ASSESSORA DE IMPRENSA, DE SÃO PAULO

Vídeo: è possível prevenir o câncer de ovário?


sábado, 22 de dezembro de 2012

Balanço de final de ano!


Encerro este ano muito satisfeita por eu estar bem.  Em 2012 passei por muitas dores, angustia, ansiedade,  questionamentos, incertezas e afastamentos, mas termino este ano muito mais forte, sábia, madura e, por que não dizer, sã de corpo e de espírito.
Neste ano, eu aprendi também que eu não poderia vivenciar toda essa experiência calada, discreta e escondida. Se eu tenho um canal de comunicação eficaz eu tenho a obrigação, enquanto mulher, de fazer divulgar a minha luta contra o câncer de ovário, fazendo as mulheres  perceberem o quanto é importante conhecer esta doença,  como uma forma de se prevenirem contra a mesma, uma vez que o diagnóstico é tão difícil. Por isso, criei este blog, que tem sido o meu apoio durante vários momentos de incertezas, desilusões e desgostos,  pois alivia-me desabafar todas as minhas experiências, boas e ruins,  e compartilha-lhas com vocês leitores. Meu compromisso com vocês, de estar aqui, de me fazer presente e de dar continuidade a esse trabalho foi um dos alicerces que me segurou nestes momentos difíceis e sombrios. Este blog é muito precioso para mim, pois através desse espaço posso compartilhar com vocês minhas experiências pessoais e informações gerais sobre o câncer de ovário e sobre a importância de persistir na luta com fé, coragem e determinação!

Por estes e outros motivos é que eu quero, neste balanço de final de ano, agradecer a participação de todos os leitores que tem acompanhado a minha luta e que torcem por mim. Desejo a vocês todos um excelente 2013, na companhia de seus familiares, amigos e amados. Que sejamos capazes de vivermos  intensa e gloriosamente todos os 365 dias deste novo ano, com muita paz e saúde e que possamos nos amar mais e mais, sentirmo-nos plenos em nós mesmos, apesar do que nos falta, apesar do que nos falha.
Que em 2013 sejamos muito melhores e mais felizes! VIVA 2013, VIVA!

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Caminhando para a Remissão....


Remissão completa é o termo utilizado em Medicina para designar a fase da doença em que não há sinais de atividade dela, mas não é possível concluir como cura. O termo é utilizado principalmente em relação a câncer, doenças autoimunes e infectologia, onde a ausência de sinais da doença não significa cura completa e há risco de recidiva tardia. 

Hoje estive em consulta com o médico oncologista, Dr. Newton, uma simpatia de pessoa, pois a minha médica, Dra. Milena, está em férias! Ele analisou os meus exames e me parabenizou sorrindo. Disse que está tudo ok e que estou em processo de remissão da doença.
R E M I S S Ã O, esta palavra soa como música para os meus ouvidos!
Perguntei ao Dr. Newton se esse tipo de câncer, no estágio em que foi descoberto, tem chance de cura. Ele me disse que o intuito tanto da cirurgia, quanto do tratamento quimioterápico foi erradicar a doença, sendo possível sim a cura, pois meu organismo reagiu muito bem ao tratamento. Ele me disse ainda que as estatísticas indicam que, em 70% dos casos, costuma haver recidiva, mas que eu não devo me preocupar com isso, pois cada caso é um caso, e que devo preocupar-me somente em viver a vida!
Saí de lá leve, feliz e muitoooo agradecida a Deus e aos meus médicos do Hospital A C Camargo que cuidaram e que ainda estão cuidando de mim:  Dra. Milena, Dr. Newton, Dr. Carlos Faloppa, Dr. Juan, Dra. Nirvana, Dr. Pedro, Dra. Ana Carolina e outros.
AGRADEÇO A TODOS DE CORAÇÃO, por todo carinho e dedicação... Fico feliz em tê-los ao meu lado nesta minha caminhada, pois a tornam muito mais suave. Jamais poderei agradecer da forma adequada o que todos eles tem feito por mim. Que Deus os abençoe e permita que continuem devolvendo a vida, o sorriso e a esperança a todos os pacientes com câncer! Sinto enorme carinho por todos eles, os meus ANJOS DA GUARDA!

sábado, 15 de dezembro de 2012

Natal: tempo de renovação!


Desde criança nunca gostei do Natal, pois tinha um pai alcoólatra e nas épocas de festas ele sempre bebia além da conta e as festividades acabavam se transformando em brigas e discussões. No ano passado, em 13 de dezembro, recebi o diagnóstico de câncer e cheguei a pensar que tinha sido o meu "presente de Natal"! Pura ironia de minha parte!
Eu sou cristã e não posso e não devo associar o Natal às coisas tristes e ao consumismo exagerado, pois Natal é a festividade do nascimento de Jesus, é uma ocasião privilegiada para celebrar e amadurecer na fé e na vida. Essa época é ideal para meditar e renovar as esperanças! Ao celebrarmos o nascimento de Jesus, devemos refletir sobre os ensinamentos deixados por Ele, compreender sua simplicidade e seu exemplo de humildade: um ser Divino que se fez homem, veio ao mundo da maneira mais singela e por amor ao seu semelhante.
O clima de alegria, partilha, amizade e festa que cerca a época de Natal deve ser encarado como bom momento para refletir sobre nossos valores, sentimentos e nossas atitudes, para tentar compreender que a paz de espírito está na gratidão pela dádiva da vida,  na reconciliação com o próximo, na união da família, na solidariedade, nas pequenas conquistas diárias e na fé de que tudo é possível quando se crê em um Ser Superior. É preciso dar valor aos valores espirituais e não às riquezas materiais, para realmente vivenciar um Natal feliz. Hoje eu compreendo isso e talvez esse câncer tenha surgido exatamente nessa época  simplesmente para me ensinar o verdadeiro sentido do Natal e, quem sabe, da própria VIDA!

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

"A CURA PELA FÉ"


A ciência comprova que a espiritualidade pode reduzir o risco de doenças cardiovasculares e diabetes. Atenua também os sintomas de enfermidades como AIDS e câncer, além de melhorar a qualidade de vida e diminuir a violência

Por Samantha Cerquetani

"A fé atua em diversas áreas cerebrais, principalmente no sistema límbico, que é responsável pelas emoções"

E foi comprovado cientificamente que pessoas espiritualizadas podem diminuir o risco de alguns tipos de doenças como as cardiovasculares, o diabetes, acidentes vasculares cerebrais (AVC), infartos e insuficiência renal. Além de amenizar os sintomas de doenças crônicas como AIDS e câncer
Ao adquirir o autoconhecimento e a aceitação proporcionados pela fé, o indivíduo consegue mudar seus hábitos, como melhorar a alimentação, praticar atividade física, ter um sono reparador e manter o equilíbrio nos pensamentos e atitudes. A espiritualidade também ajuda a combater a depressão, já que atenua os sentimentos de amargura, raiva, estresse e mesmo ressentimentos.
Ela ainda reforça o sistema imunológico, prevenindo diversas doenças”, afirma Ricardo Monezzi, pesquisador e psicobiólogo do Instituto de Medicina Comportamental da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Ele explica que os indivíduos espiritualizados, independentemente da religião, demonstram ser menos violentos, pois pensam no próximo, são altruístas e muitas vezes demonstram ser mais solidários.
Além disso, pessoas espiritualizadas cometem menos suicídio, ficam menos tempo internadas nos hospitais e geralmente têm mais qualidade de vida. “Elas acreditam que a vida tem um objetivo e aceitam as adversidades com mais clareza e não se sentem desamparadas nos momentos difíceis”, relata o pesquisador Monezi.
Uma pesquisa realizada pela Universidade de Toronto (Canadá), liderada pelo professor de Psicologia Michael Inzlicht, constatou que a fé pode diminuir a ansiedade, a depressão e o estresse. Os participantes realizaram um teste, conhecido como Stroop, onde foram analisadas as atividades cerebrais dos indivíduos, e foi comprovado que a crença tem um efeito calmante cuja consequência é a diminuição da ansiedade, bem como o medo de enfrentar o que nos parece incerto e desconhecido.
“Existem pesquisas com Ressonância Nuclear Magnética Funcional, que demonstram áreas específicas do cérebro que se ‘acendem’ em orações ou meditações”, pontua Niura. Entretanto, Habermann destaca que, apesar de os recursos tecnológicos terem registrado inusitados mecanismos da fisiologia cerebral, principalmente na área das emoções, ainda há muito o que se descobrir nesse assunto.

Novo paradigma
Como tem reagido a medicina convencional diante dessa nova realidade? De acordo com Paulo de Tarso Lima, coordenador do Setor de Medicina Integrativa e Complementar do Programa Integrado de Oncologia do Hospital Israelita Albert Einstein (SP) e autor do livro Medicina Integrativa – a cura pelo equilíbrio (MG editores), os profissionais da saúde entenderam que o ser humano precisa cuidar do corpo, mente e espírito. E atualmente, em algumas escolas de medicina, os alunos já possuem matérias sobre a importância da espiritualidade no processo de cura.
“Há um movimento global na área da saúde que identifica as necessidades dos pacientes e visa respeitar as decisões de cada um, independentemente das crenças ou valores”, afirma. Para que isso ocorra, a conversa entre paciente e médico é fundamental. Com o diálogo, o profissional saberá no que a pessoa acredita e poderá informar que há bases científicas que comprovem que a espiritualidade auxilia no processo de cura.
O médico deverá abordar o paciente de forma humana, entender e explicar o que há por trás das doenças e discutir como ele vê a doença e a cura. “Os médicos precisam respeitar seus pacientes. Escutá-los com atenção e indicar tratamentos que possam ajudar nesse processo”, explica Lima .
A prática médica tem mostrado aos profissionais da saúde — convencionais ou não — a importância da fé como coadjuvante da cura dos males orgânicos. Além de curar, cultivar a fé muda os hábitos, torna os indivíduos mais saudáveis, atenua sintomas de doenças, pode levar à cura e traz um sentido na vida de cada um. Crer é preciso.

A Cura pela Fé ou Cura Espiritual é uma forma de tratar doenças, sejam elas de qualquer nível de gravidade, por meios espirituais. A Cura se dá pela crença em uma determinada religião (cristã, xamânica, espírita, entre outras) ou ainda por auto-sugestão.
A Doutrina Espírita ganha cada vez mais destaque na mídia e recentemente foi assunto de capa da revista Veja (edição 2,235) devido à escolha de Reinaldo Gianecchini de aliar este recurso ao seu tratamento médico do câncer com o qual foi diagnosticado.  Durante sua internação no Hospital Sírio-Libanes, em São Paulo, o ator recebeu a visita de um médium, que sob efeito mediúnico do espírito Dr. Alonso, fez a “Oração para Jesus”, a reza pela cura.
Segundo a revista Veja, o número de pessoas que buscam ajuda espiritual para o tratamento de doenças no Brasil é bastante significativo, chegando a 80% dos pacientes com câncer. No entanto, algumas vezes o uso da medicina convencional é recusado durante o tratamento espiritual, o que me parece uma atitude bastante radical.
A “Cura pela Fé” é, para aqueles que acreditam, indiscutivelmente eficaz. Muitos recorrem à ela em casos de doenças sem cura. Mas “dispensar” o uso da medicina, tecnologia e da ciência é quase que andar para trás. Com certeza a religiosidade ajuda muito em momentos difíceis como uma doença grave e então, aliar a fé à medicina é com certeza algo muito positivo.


Fonte: Revista Viva Saúde



domingo, 9 de dezembro de 2012

Amizades ruins podem causar câncer e doenças cardíacas

Pesquisas mostram que alguns tipos de relacionamento podem, sim, te deixar doente


Redação Galileu
Editora Globo


A qualidade das suas amizades pode afetar a sua saúde tanto quanto a qualidade de sua alimentação, de acordo com uma pesquisa da Universidade da Califórnia, em Los Angeles.
Cientistas descobriram que pessoas que passam por interações sociais negativas (o famoso “climão”) com frequência, tem mais chances de desenvolver inflamações – o que, por sua vez, pode causar câncer e doenças cardíacas.
Para chegar a esse resultado, os pesquisadores pediram que 122 voluntários mantivessem um diário. Ao mesmo tempo, eles analisaram amostras de saliva destas pessoas em busca de proteínas que possam causar inflamações. Eles descobriram que aqueles que passaram por situações mais estressantes tinham uma maior quantidade das proteínas inflamatórias.
A hipótese levantada pelo estudo é que isso é um mecanismo evolutivo da nossa espécie. Quando nossos ancestrais enfrentavam animais ou outros clãs, era vantajoso que o corpo produzisse mais proteínas inflamatórias, já que elas poderiam combater possíveis infecções causadas por ferimentos.
No entanto, com o nosso modo de vida atual, esse mecanismo já não é tão útil e faz com que as pessoas mais estressadas com o cotidiano se tornem apenas mais propensas a inflamações. O conselho dos pesquisadores para a prevenção é que você esteja sempre próximo de pessoas positivas e otimistas e que evite amizades “tóxicas”.

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Droga comum para diabetes pode tratar o cancro do ovário


ScienceDaily (03 de dezembro de 2012) - Pacientes diabéticos com câncer de ovário que tomaram a droga metformina para o diabetes tiveram uma taxa de sobrevivência melhor do que pacientes que não tomaram, é o que demonstrou um estudo liderado pela Mayo Clinic. Os resultados, publicados na revista Cancer , podem desempenhar um papel importante para os pesquisadores ao estudar o uso de medicamentos existentes para o tratamento de diferentes doenças.
A metformina é uma droga amplamente prescrita para tratar a diabetes, e outras pesquisas anteriores  mostraram sua promessa para outros tipos de câncer. O estudo liderado pela Mayo Clinic acrescenta o câncer de ovário para a lista.
Os pesquisadores compararam a sobrevivência de 61 pacientes com câncer de ovário que tomam metformina e 178 pacientes que não foram tratados com metformina. Sessenta e sete por cento dos pacientes que tomaram metformina foram sobrevivendo depois de cinco anos, em comparação com 47 por cento das pessoas que não tomaram a medicação. Quando os investigadores analisaram os fatores, tais como o índice de massa corporal do paciente, a gravidade do cancro, o tipo de quimioterapia e da qualidade da cirurgia, eles descobriram que os pacientes tratados com metformina foram quase quatro vezes mais propensos a sobreviver, em comparação com aqueles que não tomaram a medicação.
"Nosso estudo demonstrou melhora na sobrevida em mulheres com câncer de ovário que tomavam metformina", diz o co-autor Sanjeev Kumar, um oncologista/ ginecologista da Mayo Clinic. "Os resultados são encorajadores, mas como em qualquer estudo retrospectivo, muitos fatores não podem ser controlados por nós para dizer se há uma causa e efeito direto. Pelo contrário, esta é mais uma prova humana para um potencial efeito benéfico de uma droga comumente usada que é relativamente segura em humanos. Estes resultados devem dar um impulso para futuros testes clínicos em câncer de ovário. "
Os resultados podem abrir caminho para a utilização de metformina em grande escala e ensaios clínicos randomizados em câncer de ovário, dizem os pesquisadores. Dada a alta taxa de mortalidade do câncer de ovário, os pesquisadores dizem que há uma grande necessidade de se desenvolver novas terapias para o câncer de ovário. A metformina pode, potencialmente, ser uma destas opções.

Outros autores do estudo são Alexandra Meuter, MD, da Universidade Ludwig-Maximilians, em Munique, Alemanha; Shailendra Giri, Ph.D., e Rattan Ramandeep, Ph.D., do Henry Ford Health System; Jeremy Chien, Ph.D., da Universidade de Kansas Medical Center; Thapa Prabin, MS; Langstraat Carrie, MD; Cliby William, MD, e Shridhar Viji, Ph.D. da Clínica Mayo.
Este trabalho foi financiado, no todo ou em parte, por Fred C. e B. Katherine Andersen.
http://www.mayoclinic.org/news2012-rst/7186.html


NÃO USE MEDICAMENTO SEM ORIENTAÇÃO MÉDICA!

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Oncogenética.

Hoje estive no AC Camargo e passei em consulta com o Dr. Carlos Faloppa. Os exames indicaram que estou muito bem, obrigada! A ressonância magnética do abdômen total e a tomografia do torax não evidenciaram nenhuma manifestação da doença, assim como, o marcador tumoral deu negativo. Minha próxima consulta para acompanhamento será daqui a 4 meses. 
O Dr. Carlos também me encaminhou para uma consulta com um especialista em oncogenética, pois em algumas famílias que apresentam certos tipos de câncer, as pessoas podem ter herdado genes que sofreram alterações (mutações). Esses genes podem trazer um risco maior de desenvolvimento da doença. Atualmente já são conhecidos vários genes alterados ou mutantes que aumentam o potencial de desenvolvimento de câncer de mama, ovário, cólon e próstata, bem como uma variedade de cânceres raros. O aconselhamento genético começa com uma consulta na Oncogenética, onde o especialista aborda informações referentes à saúde, hábitos de vida e busca informações sobre os familiares de primeiro e segundo graus (pais, irmãos, tios primos e avós). Marquei a consulta para o próximo dia 14/12/2012. Ao efetuar o agendamento, me solicitaram para levar informações de meus pais, irmãos, avós, tios e primos, incluindo os casos de câncer na família. Sei que dará trabalho levantar todas as informações, mas valerá a pena.

P/S: Hoje, 14/12, passei em consulta com a Dra. Maria Nirvana, da área de Oncogenética do A C Camargo. Ela  perguntou várias coisas sobre mim e sobre a minha família e me disse que o câncer de ovário é um câncer relativamente raro e que costuma acometer mulheres mais velhas, pós menopausa. Quando acomete pessoas com menos de 50 anos, e em cuja família ocorreram casos de câncer, como no meu caso, existe a possibilidade de haver mutação de genes. Desta forma, ela me solicitou a realização do exame BRCA1 e BRCA2, pois caso esta mutação seja confirmada, há grandes chances de eu vir a ter também câncer de mama, bem como, irmã e sobrinhas também terão 50% de chance de desenvolverem câncer de mama,  ovário ou intestino, e o meu irmão câncer de próstata ou intestino. Como se trata de um exame caro (em torno de R$7.000,00), terei que aguardar a aprovação do meu convênio. Agora é torcer para que eles aprovem!
Hoje, dia 17/12 consultei o site da Notredame para verificar se o exame foi aprovado. Consta que foi NEGADO, uma vez que não consta no rol de procedimentos da ANS. Agora, só me resta fazer os exames de mama de 6 em 6 meses e orientar a minha irmã para que também faça exames preventivos semestrais.

Os avanços na compreensão dos mecanismos de resistência aos medicamentos combinados de quimioterapia no câncer de ovário recorrente

ScienceDaily (30 de novembro de 2012) - Mais de metade de todos os pacientes com câncer de ovário  recorrente, eventualmente, deixam de responder à quimioterapia. O insucesso da quimioterapia é geralmente devido ao desenvolvimento de resistência às duas classes principais de agentes quimioterapêuticos utilizados na luta contra o câncer -  carboplatina e docetaxel. Agora, um estudo publicado no Journal of Ovarian Research fornece uma nova informação que acrescenta um novo entendimento clínico sobre os mecanismos envolvidos no desenvolvimento da resistência aos duplos agentes de quimioterapia. Não se sabia se os mecanismos de resistência aos duplos agentes são uma combinação de respostas de resistência a um único agente ou se a novos mecanismos como resultado da terapia combinada caboplatina e  docetaxel. Carita Lanner e sua equipe, de Sudbury, Ontário, no Canadá, fornecem evidências que sugerem que o último é verdadeiro: novas e diferentes mudanças ocorrerm para causar resistência à combinação dupla de agentes.O câncer de ovário é o câncer ginecológico mais letal, com uma taxa de mortalidade de 50% em 5 anos. Um fator importante que contribui para a taxa de mortalidade elevada é o desenvolvimento de resistência aos regimes de quimioterapia. As diferenças no modo de ação e de mecanismos de resistência aos agentes platina e taxanos são aproveitadas para quimioterapia do cancro de ovário avançado. Usados ​​em conjunto, conseguem maior eficácia e maior sobrevida aos pacientes. Contudo, a resistência combinada a ambos os agentes pode ocorrer, e é mais difícil de vencer do que resistência a um único agente. Lanner e seus colegas começaram a investigar se o desenvolvimento de resistência a ambos os agentes invoca diferentes mecanismos, ou se é uma combinação dos mecanismos de resistência que surgem após exposição a agentes únicos. Para fazer isso, desenvolveram um conjunto de linhagens celulares isogénicas  de cancro do ovário resistentes ao (1) agente carboplatina, (2) ao docetaxel, ou (3) uma combinação de carboplatina e docetaxel. Eles analisaram as alterações na expressão de genes associados com a resistência à droga especificado em cada linhagem celular, utilizando análise de microarray.
A equipe comparou as três linhagens de células resistentes para identificar alterações comuns e diferentes na expressão de genes entre todos os três tratamentos. A análise demonstrou que o estabelecimento de resistência a carboplatina e docetaxel não compartilham muitas mudanças na expressão genética. Mais significativamente, a resistência dual-agente pareceu se desenvolver a partir de mudanças principalmente únicas na expressão do gene, diferente da carboplatina única e resistência docetaxel no conjunto das linhas isogênicas de células estudadas.
O autor principal Carita Lanner comentou, "Estes resultados demonstram que a resistência combinada de droga não é apenas um conjunto de alterações presentes em células resistentes ao agente único mas contém várias e novas mudanças. A resistência à linha dupla de docetaxel com carboplatina  vai facilitar investigações em mecanismos subjacentes ao desenvolvimento da resistência dupla de droga em câncer de ovário."

sábado, 1 de dezembro de 2012

Força na peruca!

Ontem eu estava abatida, com os olhos fundos e aparência cansada. Olhei-me no espelho e me senti feia! Imediatamente, falei para mim mesma:
- Vamos dar um jeito nisso! Força na peruca!
Resolvi me produzir e me maquiar para melhorar o meu look. Acabei tirando algumas fotos e está aí o resultado:

Acredito que seja importante nos sentirmos bonitas SEMPRE, não para os outros, mas para nós mesmas! Não é devido ao fato de ter passado ou estar passando por algum problema de saúde é que devemos nos entregar à doença,  ficar com cara de doente e fazer do pijama o nosso uniforme diário! Devemos dar um Up em nossa aparência! Nós mulheres temos muitos recursos a nosso favor: temos uma infinidade de perucas, lenços, maquiagens, bijus, etc, etc.
Uma boa aparência levanta o astral, melhora a autoestima e nos deixa muito mais felizes!



Significados de Força na peruca :

Palavras de estímulo para si mesmo ou para outrem, a fim de que continue fazendo o que precisa ser feito.
Quando você ou alguém que você conhece se encontra cansado(a), esgotado(a), e vê que ainda há muito para ser feito...
Vamos lá, FORÇA NA PERUCA!!!
Não desanima não!

Mitos e verdades sobre o câncer de ovário

A médica oncologista Ana Carolina Gifoni, membro do Comitê de Oncogenética da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) e presidente ...