quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Um ano de luta e de bençãos...


Este mês completou um ano desde que tudo começou. Em 28 de novembro de 2011 fui internada com fortes dores abdominais e, até então, eu e os médicos desconhecíamos a verdadeira razão de tamanho mal estar: um câncer de ovário.
Sim, foi um ano difícil, pois o câncer é uma doença ruim, mas estou feliz por ter tido minha família e amigos ao meu lado, me ajudando a lidar com tudo isso. 
Sim, as cirurgias foram difíceis, mas estou feliz por ter tido a oportunidade de passar por cirurgias que valeram tanto a pena.
Sim, os 8 ciclos de quimioterapia foram difíceis, mas estou feliz que existam  drogas como Taxol e Carboplatina para auxiliar o meu corpo a lidar melhor com a doença, bem como, outras drogas  que ajudam a minimizar as reações adversas da quimio.
Sim, a perda de cabelo foi desconfortável, mas eu estou contente de poder ter recorrido às perucas, que hoje em dia estão tão sofisticadas que enganam muita gente. 
Sim, o câncer me fez sentir isolada dos meus amigos saudáveis, mas fico feliz que tenha encontrado novos amigos, guerreiros assim como eu, com os quais posso compartilhar as experiências vividas com a doença.
Sim, visitas médicas frequentes e idas ao hospital para tratamento me perturbaram horrores, mas estou feliz que tenho tido profissionais competentes e experientes ao meu lado (Dr. Carlos, Dra. Milena, Dra. Ana Carolina, Dr. Juan), tão preocupados com a minha saúde e bem estar. 
Sim, ocorreram muitos eventos desagradáveis e emoções negativas por causa do câncer, mas eu estou feliz por tudo de bom que também tem entrado em minha vida. Estou feliz por estar mais espiritualizada, mais equilibrada e muito mais serena. Agradeço a Deus por tudo! Obrigada Senhor, obrigada!


... e todas estas bênçãos virão sobre ti e te alcançarão, se ouvires a voz do Senhor teu Deus: 
Deuteronômio 28:2

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Mas que cabelo é esse?

Após 3 meses do término das quimios os meus cabelos voltaram a crescer!
Como anunciava um antigo comercial de TV: "A minha voz continua a mesma, mas os meus cabelos, quanta diferença!"
E bota diferença nisso. O meu cabelo, que antes era bem liso e castanho escuro, está nascendo grisalho e eriçado! As vezes não me reconheço diante do espelho! Será que terei que aderir à chapinha? Oh céus!

Ao pesquisar sobre o assunto, achei um artigo da Folha de São Paulo, de 03/09/12, que diz o seguinte:

Depois que o ator Reynaldo Gianecchini, 39, apareceu com os cabelos crespos e cacheados por conta do tratamento de um linfoma, muitos se perguntam se a quimioterapia afeta a textura do cabelo e se esses efeitos são reversíveis.
O cabelo que nasce logo depois do tratamento costuma ser diferente do cabelo que a pessoa tinha antes. "Isso acontece porque os fios crescem em ciclos diferentes, primeiro mais grossos, depois mais finos, o que deixa o cabelo desigual", explica Artur Malzyner, oncologista do Hospital Israelita Albert Einstein e membro da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica.

Recentemente, o "British Journal of Dermatology" publicou um estudo sobre as modificações estruturais do cabelo após a quimioterapia. O estudo concluiu que a mudança no aspecto dos fios acontece por conta da diminuição da espessura da fibra capilar e da alta variação na espessura dos fios no couro cabeludo do indivíduo.
Em geral, o que acontece durante a quimioterapia é uma queda acentuada de cabelo. O paciente fica praticamente careca porque as células responsáveis pelo crescimento de pelos têm uma taxa de proliferação muito alta, comparável à velocidade de divisão celular de alguns tumores malignos. Isso faz com que, na tentativa de evitar a proliferação de células cancerígenas, o tratamento destrua também as células do cabelo.
Cerca de três meses depois do tratamento começam a nascer fios diferentes do original. Em um ano, a maior parte dos pacientes já está com o cabelo completamente normal, explica Malzyner.
A mudança no fio ocorre porque a região que controla a espessura e a simetria da fibra capilar é justamente a matriz, área celular afetada pela quimioterapia. Assim, cabelos antes lisos e grossos podem se tornar cacheados e finos e vice-versa.
Pode haver ainda mudanças na cor. O ator Reynaldo Gianecchini, por exemplo, disse que teve de pintar os cabelos, que passaram a nascer grisalhos depois da quimioterapia. "Há registro de pessoas ruivas que se tornaram loiras e de pessoas muito jovens que ficaram grisalhas", conta a dermatologista Camila Hofbauer, do Grupo de Dermatologia Estética do Hospital das Clínicas da USP.
Não dá para prever se o cabelo voltará ao normal. Caso não volte, o jeito é recorrer a tratamentos estéticos se o paciente não se acostumar com o novo cabelo.
Já existem técnicas para controlar a queda durante a quimioterapia: "Dá para usar um dispositivo de resfriamento do couro cabeludo que causa a vasoconstrição local e reduz os efeitos do medicamento nos folículos", explica Hofbauer

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Pesquisadores Investigam o Dasatinib em combinação com outros medicamentos para o cancro do ovário avançado/ recorrente


Science News

ScienceDaily  (14 de novembro de 2012) - Pesquisadores do Moffitt Cancer Center e Duke University Medical Center realizaram uma fase I de ensaios do dasatinib, um oral da família SRC, inibidor da tirosina quinase, para determinar a dose máxima tolerada quando combinado com paclitaxel e carboplatina para tratamento de pacientes com câncer de ovário avançado ou recorrente. Eles descobriram que 150 mg por dia em combinação com as duas outras drogas foi ótima.
O estudo aparece na edição de outubro da revista Clinical Cancer Research , uma publicação da Associação Americana para Pesquisa do Câncer.
Dasatinib tem potencial promissor no tratamento de cancro do ovário avançado porque as vias SRC desempenham um papel na ativação aumentada de migração celular, proliferação de sobrevivência, invasão e angiogênese (crescimento de vasos do tumor do sangue). As vias de SRC foram encontradas para ser frequentemente disreguladas em tumores sólidos e podem aumentar a resistência à quimioterapia.
Estudos laboratoriais anteriores demonstraram que a inibição SRC melhora a eficácia citotóxica tanto de paclitaxel e cisplatina em linhas celulares de cancro do ovário. Estudos in vivo verificou que a inibição SRC resultou em diminuição do crescimento do tumor.
"Este é o primeiro estudo para definir a dose adequada do dasatinib que, em combinação com paclitaxel e carboplatina, pode progredir para estudos  de fase II ou III ", disse o co-autor Robert M. Wenham, MD, MS, FACOG, FACS, membro do Centro de Oncologia da Mulher e Programa Experimental Therapeutics em Moffitt. "Esses ensaios adicionais podem nos ajudar a compreender melhor não só a tolerabilidade da combinação, mas a eficácia no tratamento de câncer."
O estudo verificou que a administração de dasatinib com paclitaxel não alterou os efeitos de qualquer um dos fármacos e que o dasatinib pode ser melhor utilizado em combinação com agentes de quimioterapia para um efeito sinérgico.
"Também pode ser preferível combinar dasatinib com apenas uma terapia citotóxica para melhorar a tolerabilidade," acrescentou Wenham.
Os pesquisadores concluíram que encontrar biomarcadores para dirigir o uso de terapias-alvo é de extrema importância. Embora SRC expressão do gene não foi correlacionada com a resposta, a equipe de pesquisa encontrou vários genes diferencialmente regulados entre respondedores e aqueles com a doença estável.
"Infelizmente, um não foi possível identificar um biomarcador para demonstrar que as mulheres são mais suscetíveis de se beneficiar do dasatinibe", disse o colaborador Johnathan M. Lancaster, MD, Ph.D., presidente do Departamento de Moffitt de Oncologia da Mulher, membro da Experimental Therapeutics Programa e presidente do Grupo de Medicina Moffitt. "Mais estudos devem explorar biomarcadores e identificar uma população de pacientes mais susceptíveis de se beneficiar da adição do dasatinib."

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Minha vida como um caleidoscópio,

O câncer me fez em pedaços, mas meus inúmeros pedacinhos ganharam cor e luz e, ao juntá-los, dei um novo significado à minha vida! Hoje, posso compará-la a um caleidoscópio, cujas imagens são formadas a partir da incidência da luz sobre os inúmeros pedacinhos de vidros coloridos que existem em seu interior.
Assim como no caleidoscópio, após vários giros, tive uma nova imagem de minha vida, pois passei a vê-la de um outro ângulo e ela se tornou mais bela! Hoje, dou valor a cada milésimo de segundo de minha vida, pois ela ganhou mais cor, mais gosto,  mais cheiro e mais sabor!
A nossa vida, a depender do ângulo em que se vê as coisas, quer elas sejam boas ou ruins, é possível ver inúmeras imagens, com inúmeras possibilidades.  Nem sempre as imagens são belas, mas basta uma nova tentativa, um novo giro, para uma linda imagem brilhar diante de nossos olhos!
Se as coisas não estão bem, não estão do jeito que gostaríamos que estivessem, mudemos o ângulo de ver o impasse ou o problema. Por uma nova perspectiva, o problema ou o impasse podem se tornar menores.  Não se pode insistir em ver tudo sempre cinza! Para se ter cor em nossa vida basta querer mudar (nossa vida, nosso foco, nosso jeito, nosso humor, nossa atitude...) e para mudar basta  um novo giro, pois assim, novas formas "belas e multicoloridas" surgirão!

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Pacientes com câncer de ovário têm menores taxas de mortalidade quando tratados em hospitais de alta complexidade.

ScienceDaily (8 de novembro de 2012) - Um estudo realizado por pesquisadores do Irving Comprehensive Cancer Center Herbert (HICCC) em NewYork-Presbyterian/Columbia University Medical Center, recentemente e-publicado antes da impressão pelo Journal of Clinical Oncology, sugere que as mulheres que realizam a cirurgia de citorredução para o câncer de ovário em hospitais de alta complexidade têm resultados superiores do que pacientes similares atendidas em hospitais de baixa complexidade.

Uma melhor taxa de sobrevivência não depende de uma menor taxa de complicações após a cirurgia, mas do tratamento das complicações. Na verdade, os pacientes com uma complicação após a cirurgia em um hospital de baixa complexidade tem quase 50 por cento mais probabilidade de morrer como resultado de complicações do que os pacientes atendidos em hospitais de alta complexidade."É amplamente documentado que a complexidade cirúrgica tem um efeito importante sobre os resultados após a cirurgia", disse o autor Jason D. Wright, MD, Professor Assistente de Obstetrícia e Ginecologia na CUMC,  ginecologista oncologista da NYP / Columbia, e um membro do HICCC."Nós examinamos três áreas específicas: a influência da complexidade do hospital em complicações, o não resgate de pacientes com complicações e  a mortalidade hospitalar em pacientes com câncer de ovário que se submeteram à cirurgia relacionada ao câncer", disse Wright. "Mas a taxa de mortalidade não coincidi com a taxa de complicações. Para as mulheres que experimentaram uma complicação em um hospital de baixa complexidade, a taxa de mortalidade foi de 8 por cento. Para as mulheres em um hospital de alta complexidade, a taxa de mortalidade foi de 4,9 por cento. Após o ajuste das variáveis, conclui-se que a taxa de falha de resgate foi  48 por cento maior em hospitais de baixa complexidade do que em hospitais de alta complexidade. Em suma, hospitais de alta complexidade são capazes de resgatar pacientes com complicações após cirurgia de câncer de ovário ".Os pesquisadores usaram dados da amostra nacional de internação nos EUA entre 1998-2009, especificamente com mulheres entre 18 e 90 anos portadoras de câncer de ovário que, sob a ooforectomia (remoção de um ou ambos os ovários): um total de mais de 36.000 pacientes tratados em 1.166 hospitais. Depois de analisar os dados, os pesquisadores notaram várias tendências significativas. Por exemplo, a taxa de complicações aumentou com a complexidade cirúrgica: 20,4 por cento para os pacientes em hospitais de baixa complexidade, em comparação com 24,6 por cento em hospitais de alta complexidade."Nossas descobertas sugerem que as iniciativas orientadas para a melhoria do atendimento de pacientes com complicações podem melhorar os resultados", disse Dawn L. Hershman, MD, professor associado de medicina e epidemiologia na CUMC, oncologista NYP / Columbia, co-líder da Mama Programa de Câncer no HICCC, e um co-autor do estudo. "Nós também acreditamos na importância da adesão às diretrizes de qualidade e boas práticas, que podem superar essas disparidades baseadas em complexidade."E no nível mais básico, os resultados destacam a importância de prevenir complicações para começar. Elas aumentam a mortalidade, no pior cenário, mas também podem causar problemas médicos a longo prazo, com pacientes e famílias que enfrentam escolhas difíceis e custos adicionais para o tratamento.", disse o Dr. Hershman.




Mitos e verdades sobre o câncer de ovário

A médica oncologista Ana Carolina Gifoni, membro do Comitê de Oncogenética da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) e presidente ...