sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Metamorfose.

O termo metamorfose provém do latim metamorphōsis que, por sua vez, deriva de um vocábulo grego que significa “transformação”. O sentido mais preciso da palavra, por conseguinte, diz respeito à transformação de algo noutra coisa.
Acredito que eu esteja passando por uma metamorfose, pois sinto que estou mudando a cada dia. Após 4 cirurgias, 8 sessões de quimioterapia e muita dor, angústia, incerteza, medo, dúvida e ansiedade, agora estou mais fortalecida, confiante e serena. Tudo isso que aconteceu comigo nos últimos meses tem sido uma verdadeira prova de fogo, mas vejo o fogo como o elemento das transmutações, das transformações. Sua força luminosa indica o caminho que deve ser seguido por aquele que conhece os ensinamentos do Universo. O fogo é a chama que, acesa dentro de nós, faz brilhar nossa aura e nossos olhos, revelando a força de nosso espírito. Ele conduz cada um à sabedoria interior.
Hoje, assim por acaso, li um texto sobre a transformação do milho em pipoca, o qual transcrevo abaixo. É um texto para reflexão, pois nos faz entender o real sentido de poder mudar.


O que você quer ser, Pipoca ou Piruá?

A transformação do milho duro em pipoca macia é uma boa metáfora da grande transformação por que deve passar o homem para que ele venha a ser o que nasceu para ser. O milho de pipoca não é o que nasceu para ser. Ele nasceu para ser o que acontece depois do estouro. O milho de pipoca somos nós: duros, quebra-dentes, impróprios para comer. A mudança só acontece pelo poder do fogo. Milho de pipoca que não passa pelo fogo continua a ser milho de pipoca, para sempre. Assim acontece com a gente.
As grandes transformações acontecem quando passamos pelo fogo. Quem não passa pelo fogo fica do mesmo jeito, a vida inteira. São pessoas de uma mesmice e uma dureza assombrosas. Só elas não percebem. Acham que o seu jeito de ser é o melhor.
Mas, de repente, vem o fogo. O fogo é quando a vida nos lança numa situação que nunca imaginamos. Pode ser o fogo de fora: perder um amor, perder um filho, ficar doente, perder o emprego, ficar pobre. Pode ser o fogo de dentro: pânico, medo, ansiedade, depressão, sofrimentos cujas causas ignoramos.
Há sempre o recurso do remédio. Apagar o fogo. Sem fogo, o sofrimento diminui. E com isso a possibilidade da grande transformação. Imagino que a pobre pipoca, fechada dentro da panela, lá dentro ficando cada vez mais quente, pensa que a sua hora chegou: vai morrer.
Dentro de sua casca dura, fechada em si mesma, ela não pode imaginar destino diferente. Não pode imaginar a transformação que está sendo preparada. A pipoca não imagina aquilo de que ela é capaz. Aí, sem aviso prévio, pelo poder do fogo a grande transformação acontece: BUM! E ela aparece como uma outra coisa completamente diferente que ela mesma nunca havia sonhado.
Piruá é o milho de pipoca que se recusa a estourar. São aquelas pessoas que, por mais que o fogo esquente se recusam a mudar. Elas acham que não pode existir coisa melhor do que o jeito delas serem.
A sua presunção e o medo são a casca dura que não estoura. O destino delas é triste. Ficarão duras a vida inteira. Não vão se transformar na flor branca e macia. Não vão dar alegria para ninguém. 
E você: quer ser pipoca ou piruá? Se for pipoca, prepare-se para o fogo!

Adaptação do texto de Rubem Alves

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