segunda-feira, 27 de agosto de 2012

♫♫ Muitas Felicidades, muitos anos de vida...♫♫



Em 24 de agosto completei 48 anos. Eu queria muito uma festa, mas organizá-las não é o meu forte. Decidi por comprar  um bolinho, uns salgadinhos e chamei apenas alguns familiares. Foi algo bem simples e dei-me por satisfeita!
No dia 25 de agosto, sábado, minha vizinha nos chamou para uma reunião entre amigos e disse que viriam poucas pessoas. Por volta das 20h00, ao sair de minha casa, percebi vários carros estacionados em frente à casa dela e comentei com o meu marido que ela havia me dito que seriam poucas pessoas! Achei estranho, mas não desconfiei de nada. 
Ao entrar na casa de minha vizinha, surpreendi-me com um sonoro coro: SURPRESAAAAAA! 
Pude perceber meus amigos e parentes por todos os lados! Estavam presentes quase 50 pessoas! Não pude conter o choro, emocionei-me muito! 
O meu marido tinha preparado para mim uma festa surpresa e garanto que foi surpresa mesmo!
Eu que queria imensamente poder ouvir em coro "muitas felicidades, muitos anos de vida", tive esse privilégio. Afinal, esse aniversário, mais do que nunca, merecia ser muito bem comemorado, e assim o foi, graças ao meu marido!
Também desejo a mim os parabéns: por ter lutado durante o ano todo, por ter aguentado firme, por não perder a esperança e por manter sempre o sorriso no rosto, mesmo que com dor. 
Espero, de coração, que Deus me permita poder comemorar ainda vários aniversários, e se for surpresa, será melhor ainda!

terça-feira, 21 de agosto de 2012

Celebrando a vida!


Logo após a oitava quimioterapia, resolvi viajar com a minha mãe, mesmo depois de minha médica oncologista ter -me dito que não seria uma boa idéia viajar com 10 dias após a quimio. Eu tinha prometido à minha mãe esta viagem há anos e decidi que devo cumprir todas as minhas promessas, pois, embora eu saiba que o futuro seja incerto para todos, sinto que para os pacientes com câncer o futuro seja mais incerto ainda!
Eu e minha mãe fomos para Foz do Iguaçu e, diante de tamanha beleza das Cataratas, até me esqueci da enfermidade e me senti ótima! Esta viagem foi uma verdadeira celebração à vida!

Quando descobri o câncer, resolvi ter uma atitude positiva diante da doença e não me permiti mergulhar na depressão. Decidi por não ficar amarga, a não me revoltar e a não deixar que a dor se transformasse em sofrimento. Decidi-me por atitudes belas, inspiradoras e elevadas e, dentre elas, viver a vida!
Descobri que a dor somente nos afeta à medida em que nós a permitimos. Na nossa vida, tudo o que muda é o limiar, a menos que tomemos decisões contrárias e conscientes.
A dor pode ser avassaladora, mas não importa o quão forte ela seja, pois não se pode igualá-la ao poder da alma humana. Não existem barreiras ao ser humano que tomou uma decisão e a minha decisão foi viver a vida plenamente!
Não se trata de ser corajosa, pois seria pretensioso demais de minha parte. Trata-se de decidir sobre qual atitude deve-se ter diante da doença: a de se entregar à mesma, ou a de lutar contra ela, mediante pensamentos e atitudes positivas!

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Metamorfose.

O termo metamorfose provém do latim metamorphōsis que, por sua vez, deriva de um vocábulo grego que significa “transformação”. O sentido mais preciso da palavra, por conseguinte, diz respeito à transformação de algo noutra coisa.
Acredito que eu esteja passando por uma metamorfose, pois sinto que estou mudando a cada dia. Após 4 cirurgias, 8 sessões de quimioterapia e muita dor, angústia, incerteza, medo, dúvida e ansiedade, agora estou mais fortalecida, confiante e serena. Tudo isso que aconteceu comigo nos últimos meses tem sido uma verdadeira prova de fogo, mas vejo o fogo como o elemento das transmutações, das transformações. Sua força luminosa indica o caminho que deve ser seguido por aquele que conhece os ensinamentos do Universo. O fogo é a chama que, acesa dentro de nós, faz brilhar nossa aura e nossos olhos, revelando a força de nosso espírito. Ele conduz cada um à sabedoria interior.
Hoje, assim por acaso, li um texto sobre a transformação do milho em pipoca, o qual transcrevo abaixo. É um texto para reflexão, pois nos faz entender o real sentido de poder mudar.


O que você quer ser, Pipoca ou Piruá?

A transformação do milho duro em pipoca macia é uma boa metáfora da grande transformação por que deve passar o homem para que ele venha a ser o que nasceu para ser. O milho de pipoca não é o que nasceu para ser. Ele nasceu para ser o que acontece depois do estouro. O milho de pipoca somos nós: duros, quebra-dentes, impróprios para comer. A mudança só acontece pelo poder do fogo. Milho de pipoca que não passa pelo fogo continua a ser milho de pipoca, para sempre. Assim acontece com a gente.
As grandes transformações acontecem quando passamos pelo fogo. Quem não passa pelo fogo fica do mesmo jeito, a vida inteira. São pessoas de uma mesmice e uma dureza assombrosas. Só elas não percebem. Acham que o seu jeito de ser é o melhor.
Mas, de repente, vem o fogo. O fogo é quando a vida nos lança numa situação que nunca imaginamos. Pode ser o fogo de fora: perder um amor, perder um filho, ficar doente, perder o emprego, ficar pobre. Pode ser o fogo de dentro: pânico, medo, ansiedade, depressão, sofrimentos cujas causas ignoramos.
Há sempre o recurso do remédio. Apagar o fogo. Sem fogo, o sofrimento diminui. E com isso a possibilidade da grande transformação. Imagino que a pobre pipoca, fechada dentro da panela, lá dentro ficando cada vez mais quente, pensa que a sua hora chegou: vai morrer.
Dentro de sua casca dura, fechada em si mesma, ela não pode imaginar destino diferente. Não pode imaginar a transformação que está sendo preparada. A pipoca não imagina aquilo de que ela é capaz. Aí, sem aviso prévio, pelo poder do fogo a grande transformação acontece: BUM! E ela aparece como uma outra coisa completamente diferente que ela mesma nunca havia sonhado.
Piruá é o milho de pipoca que se recusa a estourar. São aquelas pessoas que, por mais que o fogo esquente se recusam a mudar. Elas acham que não pode existir coisa melhor do que o jeito delas serem.
A sua presunção e o medo são a casca dura que não estoura. O destino delas é triste. Ficarão duras a vida inteira. Não vão se transformar na flor branca e macia. Não vão dar alegria para ninguém. 
E você: quer ser pipoca ou piruá? Se for pipoca, prepare-se para o fogo!

Adaptação do texto de Rubem Alves

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

A oitava quimioterapia e a neuropatia.

Neuropatia periférica
No dia 03/08/12 recebi a oitava e última quimioterapia. A dosagem foi diminuida em 25%, pois estou com grau 3 de neuropatia, causada pelo quimioterápico taxol.
A neuropatia periférica é aquela sensação comum que ocorre quando sua perna "dorme". Você pode apalpar ou espetar a pele e não sentirá quase nada.  As fibras de nervos lesionados não transmitem sinais claros, então, por alguns instantes, seu cérebro não recebe as mensagens da perna. 
Na maioria dos casos de neuropatia periférica, a disfunção dos nervos começa nos dedos dos pés e nos pés, e continua lentamente para cima, espalhando-se para as panturrilhas e pernas. Mais tarde, as mãos e os braços podem ser afetados. Geralmente, os sintomas ocorrem simetricamente, isto é, eles começam em ambos os pés e pernas e podem piorar durante a noite.
Os sintomas comuns da neuropatia periférica incluem:


  • paralisia sensação de formigamento ou pontada
  • dor
  • sensação de queimação
  • incapacidade de sentir calor ou frio intensos
  • cãibras
  • extrema sensibilidade ao toque
  • perda de coordenação
  • fraqueza e perda dos reflexos

A neuropatia periférica produz esse conjunto de sintomas porque os diferente tipos de nervos executam papéis distintos no corpo. Via de regra, as grandes fibras nervosas sensoriais recebem as sensações de tato e vibração, então a disfunção desses nervos pode causar paralisação e problemas com equilíbrio. As fibras nervosas mais finas transmitem a dor e a sensibilidade à temperatura. Disfunções nesses nervos podem disfarçar a dor e o desconforto de um corte ou ferimento, fazendo com que você não perceba a lesão.
No meu caso, a neuropatia atingiu ambos os pés, pernas, até a altura da panturrilha, e as pontas dos dedos das mãos.
A minha médica oncologista me disse que esses sintomas costumam ser reversíveis, mas que pode demorar até um ano para voltar ao normal.
Fora a neuropatia, desta vez não tive nenhum outro sintoma com a quimioterapia.
Para o câncer de ovário, o tratamento é somente este: cirurgia e quimioterapia. Não é possível a radioterapia, pois traz poucos benefícios. Também não há nenhum medicamento para ser tomado via oral para se evitar a recidiva da doença.
De agora em diante, terei que efetuar exames mensais (tomografia e marcador tumoral) e posteriormente, trimestrais, para acompanhar o resultado do tratamento e detectar uma possível recidiva.
Sei que não será fácil lidar com a ansiedade de agora em diante, mas tenho fé que tudo dará certo e que Deus está cuidando de mim!



Mitos e verdades sobre o câncer de ovário

A médica oncologista Ana Carolina Gifoni, membro do Comitê de Oncogenética da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) e presidente ...