Desde que eu descobri o câncer eu me faço esta pergunta: Onde foi que eu errei, ou será que erraram comigo? Acho que nunca saberei a resposta, mas vamos aos fatos.
Em 2010 eu já tinha percebido alguns sintomas estranhos, ginecológicos e gástricos, e procurei os respectivos médicos. Cheguei a fazer uma colonoscopia, cujo resultado foi negativo e fiz também uma ultrassonografia com doppler colorido, que constatou um cisto no ovário esquerdo e um pólipo no útero. O pólipo eu operei por videolaparoscopia no final de 2010, cuja biópsia deu negativa para neoplasia.
Em 2010 eu já tinha percebido alguns sintomas estranhos, ginecológicos e gástricos, e procurei os respectivos médicos. Cheguei a fazer uma colonoscopia, cujo resultado foi negativo e fiz também uma ultrassonografia com doppler colorido, que constatou um cisto no ovário esquerdo e um pólipo no útero. O pólipo eu operei por videolaparoscopia no final de 2010, cuja biópsia deu negativa para neoplasia.
Passei com a ginecologista em março de 2011, solicitei os exames de praxe e ela me disse que era cedo para fazer tais exames, uma vez que eu os tinha realizado em outubro de 2010. Desta forma, em 2011 fiz somente o papa nicolau, que deu normal.
Em novembro de 2011 tive uma ascite e somente devido a este novo sintoma é que fui diagnosticada com um câncer em estágio avançado!
Atualmente, temos no Brasil 53 especialidades médicas reconhecidas pelo Conselho Federal de Medicina. Isso significa que cada sintoma que possamos ter é tratado por um determinado especialista e aí é que reside o problema, pois no caso do câncer de ovário, muitos dos sintomas são confundidos com problemas gástricos, tais como: inchaço abdominal, gases, dificuldades para evacuar, indigestão, náuseas, sintomas estes que o meu gastro associou a uma possível síndrome do intestino irritável! Também comentei com a ginecologista as fortes dores lombares, fortes cólicas, sangramento excessivo durante a menstruação, o inchaço e até a sindrome do intestino irritável! Infelizmente, ambos os médicos somente conseguiram visualizar os sintomas de sua especialidade e nenhum deles, apesar das minhas queixas, me solicitou uma tomografia ou ressonância magnética. Talvez, se juntassem os fatos, será que eu não poderia ter sido diagnosticada mais cedo?
Puxa vida, será que é falta de interesse ou competência dos médicos em investigarem mais a fundo, de associarem os sintomas, independente da especialidade, para chegarem a um diagnóstico? Muitas vezes, ficamos anos em uma verdadeira maratona, tentando obter um diagnóstico e, lamentavelmente, este foi o meu caso.
Fica aí a minha dica: Se você possui vários sintomas e está se tratando com vários especialistas, deixe todos eles tomarem conhecimento de todos os sintomas. Talvez um deles tenha uma luz e consiga um diagnóstico preciso e precoce.