quarta-feira, 25 de julho de 2012

Onde foi que eu errei...ou será que erraram comigo?

Desde que eu descobri  o câncer eu me faço esta pergunta: Onde foi que eu errei, ou será que erraram comigo? Acho que nunca saberei a resposta, mas vamos aos fatos.
Em 2010 eu já tinha percebido alguns sintomas estranhos, ginecológicos e gástricos, e procurei os respectivos médicos. Cheguei a fazer uma colonoscopia, cujo resultado foi negativo e fiz também uma ultrassonografia com doppler colorido, que constatou um cisto no ovário esquerdo e um pólipo no útero. O pólipo eu operei por videolaparoscopia no final de 2010, cuja biópsia deu negativa para neoplasia.
Passei com a ginecologista em março de 2011, solicitei os exames de praxe e ela me disse que era cedo para fazer tais exames, uma vez que eu os tinha realizado em outubro de 2010. Desta forma, em 2011 fiz somente o papa nicolau, que deu normal.
Em novembro de 2011 tive uma ascite e somente devido a este novo sintoma é que fui diagnosticada com um câncer em estágio avançado!
Atualmente, temos no Brasil 53 especialidades médicas reconhecidas pelo Conselho Federal de Medicina. Isso significa que cada sintoma que possamos ter é tratado por um determinado especialista e aí é que reside o problema, pois no caso do câncer de ovário, muitos dos sintomas são confundidos com problemas gástricos, tais como: inchaço abdominal, gases, dificuldades para evacuar, indigestão, náuseas, sintomas estes que o meu gastro associou a uma possível síndrome do intestino irritável! Também comentei com a ginecologista as fortes dores lombares, fortes cólicas, sangramento excessivo durante a menstruação, o inchaço e até a sindrome do intestino irritável! Infelizmente, ambos os médicos somente conseguiram visualizar os sintomas de sua especialidade e nenhum deles, apesar das minhas queixas, me solicitou uma tomografia ou ressonância magnética. Talvez, se juntassem os fatos, será que eu não poderia ter sido diagnosticada mais cedo?
Puxa vida, será que é falta de interesse ou competência dos médicos em investigarem mais a fundo, de associarem os sintomas,  independente da especialidade, para chegarem a um diagnóstico? Muitas vezes, ficamos anos em uma verdadeira maratona, tentando obter um diagnóstico e, lamentavelmente, este foi o meu caso.
Fica aí a minha dica: Se você possui vários sintomas e está se tratando com vários especialistas, deixe todos eles tomarem conhecimento de todos os sintomas. Talvez um deles tenha uma luz e consiga um diagnóstico preciso e precoce. 

quarta-feira, 18 de julho de 2012

A sétima quimioterapia... mais um muro vencido!



Em 13/07/12, sexta-feira, recebi a sétima quimioterapia e tenho sentido muitos efeitos colaterais.  Fez juz à sexta-feira treze, pois tenho "parascavedecatriafobia"  e este palavrão significa medo da sexta-feira treze. Pode uma coisa dessas?
O meu organismo já está enfraquecido por este líquido curativo e os sintomas tem sido muito intensos: enjoo, formigamento nos pés, dores nas juntas e nos ossos, cansaço, insônia e muiiiiita irritação!
O que me consola é que terei somente mais uma quimioterapia! Como diz um companheiro que está na mesma luta que eu: será mais um muro a ser vencido!
Deus tem me dado muita força para superar todos os obstáculos e agradeço a Ele todos os dias!
Tenho muita fé que tudo isso é passageiro e o que eu tenho a dizer para todos os que enfrentam a mesma enfermidade é para que persistam na luta e que não desistam nunca, pois Deus nos quer sempre sorrindo!

segunda-feira, 2 de julho de 2012

Retomando a vida...

Já se passaram mais de 60 dias desde a cirurgia e, aos poucos, estou retomando a minha vida.
Já efetuo várias tarefas domésticas, já arrisco sair sozinha e estou realizando algumas pequenas viagens nos finais de semana.
A minha vida sexual ainda não se normalizou. Eu e meu marido efetuamos uma tentativa, mas ainda existe o medo de me machucar. Foi bem estranho! Acredito que nem o meu corpo e nem a minha cabeça estão preparados para isso ainda,  pois muitos órgãos foram retirados de mim, surgiu um vácuo e os órgãos restantes ainda estão se reacomodando. Minha anatomia mudou e estou me adaptando ao meu novo corpo.
Parece triste? Nem tanto! O que importa para mim é continuar viva e poder ainda desfrutar tudo o que a vida ainda pode me oferecer.



Mitos e verdades sobre o câncer de ovário

A médica oncologista Ana Carolina Gifoni, membro do Comitê de Oncogenética da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) e presidente ...