quarta-feira, 27 de junho de 2012

Ai, mas que fogacho!

A retirada dos meus ovários ocasionaram vários sintomas desagradáveis em razão da interrupção abrupta da produção de hormônios, pois tais hormônios protegem o organismo feminino. De certa forma, a minha menopausa foi antecipada, e nesses casos, os sintomas são bem mais intensos dos que os de uma menopausa que ocorre de forma natural e não cirúrgica.
Os fogachos, que acontecem cerca de 6 a 7 vezes por dia, e suores noturnos que tenho sentido são muito intensos e tem atrapalhado a minha qualidade de vida, pois desde a retirada dos meus ovários nunca mais consegui dormir uma noite inteira! O pior de tudo é que, no meu caso, não posso efetuar a reposição hormonal. Falei com o meu médico sobre o problema e ele me prescreveu um medicamento anti ansiedade, o Venlafaxina. Percebo que tem amenizado o problema, mas não tem resolvido, sem contar que a lista de efeitos colaterais é bem extensa. Tenho engordado depois que comecei a tomar e tem comprometido também a libido. Ainda estou avaliando se vale a pena continuar tomando!

Segundo a Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, a ooforectomia (retirada dos ovários) efetuada tanto no estágio de transição menopausal como no da pós-menopausa acarreta expressivo comprometimento endócrino.  A retirada dos ovários propicia a redução abrupta dos níveis de estradiol e testosterona séricos, ocasionando alterações de comportamento das mulheres. Distúrbios de humor, queda da libido e redução da energia são alguns dos muitos problemas ocasionados pela retirada dos ovários a curto prazo.
Com o passar do tempo, as mulheres ooferectomizadas podem vir a sofrer de doenças cardiovasculares, osteoporose e acúmulo de gordura abdominal. Além disso, têm maior risco de distúrbios cognitivos, demência e mal de Parkinson.

segunda-feira, 18 de junho de 2012

A enfermidade aproxima as pessoas...

Estar doente tem o seu lado bom, pois a enfermidade nos aproxima das pessoas que amamos e que nos amam.
Quantas vezes deixamos de estar com pessoas queridas por não termos tempo para nada, pelo fato de nossa vida estar uma loucura, uma correria só?
Quando se está doente, as pessoas fazem uma forcinha e deixam de lado as suas atividades para estarem, ao menos que um pouquinho, com a gente.
Se não podem mesmo estar conosco, ao menos pegam no telefone e nos ligam ou até mesmo enviam uma mensagem para saber se está tudo bem!
O câncer não é uma doença solitária, mas sim solidária. Só fica sozinho quem realmente prefere o isolamento, e este não é o meu caso! Quando estou bem fisicamente, gosto de estar entre amigos e parentes. Gosto do carinho e da atenção que recebo, gosto de mimos, pois isto me faz bem! Ontem mesmo, recebi a visita de umas amigas de meu antigo trabalho. Eu não as via há mais de três anos! Pudemos colocar as nossas conversas em dia, recordamos os nossos almoços, os nossos happy hours e outros  momentos agradáveis em que passávamos juntas!
Foi muito bom estar com vocês minhas queridas amigas!
Rever os amigos não tem preço.

terça-feira, 12 de junho de 2012

O câncer como aprendizado...

Faz 6 meses que fui diagnosticada com câncer, mas a sensação temporal é que já faz mais tempo!
Passei por tantas coisas neste período: 4 cirurgias, 6 ciclos de quimioterapia, vários exames e muitas e muitas visitas a médicos.
Minha vida mudou radicalmente, pois decidi focar-me somente no tratamento desta enfermidade. Estou afastada do meu trabalho, parei com os meus adoráveis passeios de moto nos finais de semana, reduzi todas as demais atividades...
Eu que levava uma vida super agitada, que não tinha tempo para nada, de repente, tudo mudou. É como se eu estivesse dirigindo um carro a 200 km/ hora,  e que, após capotar várias vezes, vai parando, parando e eu, ainda zonza, tentasse lutar com todas as minhas forças pela vida.
Acredito que o câncer surgiu justamente para me forçar a parar, pois a minha vida estava passando tão rápido que eu não tinha tempo para apreciá-la ou mesmo para valorizá-la.
Agora, tenho tempo para refletir, para observar, para ouvir e para prestar atenção em tudo e em todos que me cercam. Penso em quantos séculos de erros e desenganos seriam necessários para ensinar-me o que a enfermidade tem me ensinado em meses.
As dores trazem lágrimas profundas, realmente não é fácil, mas ao mesmo tempo proporcionam muito aprendizado e uma inexplicável sensação de paz e harmonia para aqueles que não desistem e persistem na busca do seu aprimoramento com fé e coragem.
Creio que muita coisa boa ainda está por vir, afinal, como diz o ditado "Depois da Tempestade Vem a Bonança".

Tem uma música que me inspira a nunca desistir: Everybody Hurts
Segue o link: http://www.youtube.com/watch?v=S2N_uvnvGbI



quarta-feira, 6 de junho de 2012

De volta às quimioterapias...


Por mais de dois meses fiquei longe da quimioterapia em razão da cirurgia e, durante este período, os meus cabelos e sobrancelhas voltaram a crescer e eu me sentia muito mais disposta.
No dia 01/06/2012 a minha "folga" acabou e tive que voltar ao tratamento quimioterápico! Fui recebida  pelo pessoal do AC Camargo de Santo André com muito carinho, pois estivera ausente por mais de dois meses! Perguntaram-me tudo sobre a cirurgia e sobre a minha recuperação. Confesso que é muito gratificante saber que todos (atendentes, enfermeiros, auxiliares e médicos) torcem juntos pela minha recuperação! 
Como a sessão de quimio tem duração de quase 6 horas, decidi ficar no leito desta vez e não na poltrona como de costume, e por isso acabei dormindo quase o tempo todo!
Ao término da quimio fui para casa e passei bem o restante do dia. No sábado, acordei muiiiiiito enjoada! Como é que se pode sentir enjoo ao beber água e até mesmo ao respirar? Este foi um sintoma novo para mim, pois não tinha enjoado nos ciclos anteriores. No domingo, o dia estava maravilhoso e eu queria muito sair para dar uma volta, mas ao acordar senti que eu estava literalmente ESTRAGADA: enjoada com tudo e com o intestino totalmente travado, sentia sudorese, calafrios, dores nas juntas...Acabei passando o dia todo de cama, tentando me animar e me convencer de que logo, logo eu estaria livre de tudo aquilo!
Somente hoje, dia 06/06/12, é que os sintomas da TPQ (Tensão Pós-Quimio) estão mais amenos. Sabem que agora sinto até saudade da TPM?
  

Mitos e verdades sobre o câncer de ovário

A médica oncologista Ana Carolina Gifoni, membro do Comitê de Oncogenética da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) e presidente ...