A retirada dos meus ovários ocasionaram vários sintomas desagradáveis em razão da interrupção abrupta da produção de hormônios, pois tais hormônios protegem o organismo feminino. De certa forma, a minha menopausa foi antecipada, e nesses casos, os sintomas são bem mais intensos dos que os de uma menopausa que ocorre de forma natural e não cirúrgica.
Os fogachos, que acontecem cerca de 6 a 7 vezes por dia, e suores noturnos que tenho sentido são muito intensos e tem atrapalhado a minha qualidade de vida, pois desde a retirada dos meus ovários nunca mais consegui dormir uma noite inteira! O pior de tudo é que, no meu caso, não posso efetuar a reposição hormonal. Falei com o meu médico sobre o problema e ele me prescreveu um medicamento anti ansiedade, o Venlafaxina. Percebo que tem amenizado o problema, mas não tem resolvido, sem contar que a lista de efeitos colaterais é bem extensa. Tenho engordado depois que comecei a tomar e tem comprometido também a libido. Ainda estou avaliando se vale a pena continuar tomando!
Segundo a Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, a ooforectomia (retirada dos ovários) efetuada tanto no estágio de transição menopausal como no da pós-menopausa acarreta expressivo comprometimento endócrino. A retirada dos ovários propicia a redução abrupta dos níveis de estradiol e testosterona séricos, ocasionando alterações de comportamento das mulheres. Distúrbios de humor, queda da libido e redução da energia são alguns dos muitos problemas ocasionados pela retirada dos ovários a curto prazo.
Com o passar do tempo, as mulheres ooferectomizadas podem
vir a sofrer de doenças cardiovasculares, osteoporose e acúmulo de gordura
abdominal. Além disso, têm maior risco de distúrbios cognitivos, demência e mal
de Parkinson.